Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv avançaram na criação de uma solução barata com luz ultravioleta para esterilizar superfícies, evitando a propagação do Coronavírus. De acordo com o trabalho, publicado na edição de novembro de 2020 do Journal of Photochemistry and Photobiology B: Biology, a irradiação UV-LED em diferentes comprimentos de onda ou frequências mostrou-se eficaz para matar o Sars-CoV-2, que causa a Covid-19.
A pesquisa foi feita utilizando lâmpadas de LED que irradiam luz ultravioleta. Hadas Mamane, chefe do Programa de Engenharia Ambiental da universidade e líder do estudo, afirmou que as vantagens da técnica seriam matar o vírus de forma barata, acessível, com pouco gasto de energia e sem mercúrio, substância presente em lâmpadas convencionais. “Nossa pesquisa tem implicações comerciais e sociais, dada a possibilidade de usar essas lâmpadas LED em todas as áreas de nossas vidas, com segurança e rapidez”, resumiu.
Os pesquisadores testaram o comprimento de onda ideal para matar o Coronavírus e descobriram que 285 nanômetros (nm) foram quase tão eficientes na desinfecção dos espaços quanto um comprimento de onda de 265 nm, exigindo menos de meio minuto para destruir mais de 99,9% do Sars-CoV-2. Esse resultado é significativo porque o custo das lâmpadas LED de 285 nm é muito menor do que o das lâmpadas de 265 nm, e há mais das primeiras disponíveis no mercado.
Segundo Hadas Mamane, um exemplo da utilização dos métodos de desinfecção baseados em lâmpadas de LED seriam os sistemas de ventilação e ar-condicionado. Ao esterilizar o ar aspirado pelos aparelhos, o sistema estaria, também, esterilizando o ar emitido para o ambiente.
Para o futuro, os cientistas acreditam que a indústria será capaz de desenvolver os ajustes necessários para instalar as lâmpadas de LED em sistemas robóticos ou de ar-condicionado, aspiradores de pó e sistemas de água. Assim, segundo eles, seria possível desinfetar locais com mais eficiência.
Outra vantagem da descoberta seria a facilidade para a desinfecção de locais grandes, como hospitais, ginásios, ônibus, trens ou aviões. Isso porque a desinfecção desses locais é feita por pulverização química, técnica que demanda mão de obra física e tempo para que o produto químico atue na superfície.
O pesquisador ressalta, contudo, que é muito perigoso tentar usar esse método para desinfetar superfícies dentro de casas. “Para ser totalmente eficaz, um sistema deve ser projetado de forma que uma pessoa não seja diretamente exposta à luz”, explicou o cientista.
Fonte: Metrópoles
Créditos: Metrópoles