O Comitê Gestor da Internet no Brasil apresentou nesta terça-feira (26) os dados da pesquisa TIC Domicílios 2019. Os dados foram coletados entre outubro de 2019 e março de 2020 – um pouco antes das implantações do isolamento social. Foi feita uma amostra de 23.490 domicílios e 20.536 indivíduos. A pesquisa revela, entre outras coisas, que um a cada quatro brasileiros não usa a Internet: são 47 milhões de não usuários (26%) no Brasil.
Por outro lado, há 134 milhões de usuários de Internet (74%). No Nordeste, 71% da população usa a Internet. O uso da Internet nas áreas rurais aumentou de 29% em 2014 para 53% em 2019, mas ainda é um percentual insatisfatório diante dos direitos à inclusão digital. Da mesma forma para as pessoas das classes DE, onde há 57% de usuários entre estes.
A Internet é, mais do que nunca, uma ferramenta de comunicação. Em 2019, 76% usaram algum app para conversar online; 92% mandaram mensagens. Também é uma fonte de informação de sobre produtos e serviços para 59% dos usuários. E 47% buscaram informações relacionadas à saúde.
O celular é disparado o dispositivo pelo qual mais se acessa a Internet: 99% dos usuários – e 58% destes acessam somente pelo celular; 42% acessaram pelo computador, 37% pela televisão e 9% são gamers. O uso do celular cresceu desde 2014, quando 76% dos acessos se davam por este dispositivo. Na área rural o acesso pelo celular é de 79% e entre as classes DE é de 85% pelo exclusivamente pelo celular.
Quanto ao computador, ter um em casa está sendo desinteressante: em 2014 e 2015, esse equipamento estava em 50% dos domicílios; em 2019, esse número caiu para 39%. O computador é um privilégio das classes AB (95% e 85%, respectivamente). Nas classes DE, 14% dos domicílios têm computador.
Serviços pela Internet
O Governo Eletrônico foi um serviço usado por 68% da população brasileira em 2019, e 62% no Nordeste. O serviço mais procurado pelos brasileiros são os direitos do trabalhador ou previdência social (36%). Em seguida, as pessoas buscaram soluções sobre impostos ou taxa, documentos pessoais (28%); educação pública (incluindo o Enem) 25% e saúde pública (23%).
Mesmo sem restrição de frequência em instituições de ensino (pois a pesquisa foi feita antes das medidas de isolamento social no Brasil) 40% dos usuários estudou pela Internet por conta própria; 41% realizou pesquisas na Internet para trabalhos escolares. E ⅓ dos usuários (33%) realizaram atividades de trabalho.
A desigualdade é visível não só nas áreas rurais, mas também no momento em que a pesquisa aponta que 60% das pessoas autodidatas pela Internet pertencem a classe A e 27% às classes DE. Quando o assunto é trabalho pela Internet o percentual de usuários da classe A aumenta para 66% e das classes DE reduz para 18%. Chama a atenção do percentual de pessoas que fizeram a Educação à Distância: 12%, apenas.
Dos usuários, 39% compraram produtos e serviços pela Internet nos últimos 12 meses.
A procura por vídeos, programas, filmes ou séries pela Internet também era alta, mesmo antes da pandemia: 74%; desses, 74% assistiram vídeos por streaming e 23% fez download de filmes. E 72% ouviram música pela Internet – destes, 41% baixou músicas. Jornais e revistas foram acessados por 56% dos usuários. E 13% acompanharam podcasts; o maior público eram da classe A (33%) e com ensino superior (26%).
A pesquisa TIC Domicílios 2019. É a principal fonte estatística pública sobre o uso da Internet no Brasil que apresenta também dados sobre habilidades digitais; atividades realizadas online como o comércio eletrônico, o governo eletrônico, cultura, consumo de conteúdos digitais, entre outros.
Clique aqui e conheça os dados da pesquisa TIC Domicílios 2019.
Fonte: Assessoria
Créditos: Assessoria