Houve uma época no Brasil em que só se falava no turco Orkut Büyükkökten. Para ser mais precisa, do seu primeiro nome. Isso porque ele o emprestou para seu próprio negócio, que chegou a conquistar 40 milhões de brasileiros, ou sete a cada dez pessoas que tinham acesso à internet: o Orkut.
Ao todo, a rede social criada em 2004 acumulou 300 milhões de usuários. Eles trocaram visualizações em perfis, depoimentos, recados (ou scraps) e conversas espalhadas por diversas comunidades, que iam de discussões sobre o universo até reclamações sobre acordar cedo e memes incipientes.
Porém, a internet é um organismo em constante evolução – e o Orkut não resistiu a novidades como a adoção crescente de smartphones. A rede social foi oficialmente terminada após dez anos, em 30 de setembro de 2014, e cedeu seu espaço a gigantes como Facebook, Instagram, Twitter e WhatsApp.
Mas quem acha que Büyükkökten sumiu do mapa está enganado. Há dois anos, o empreendedor anunciou a criação do sucessor simbólico do Orkut, chamado hello, que agrupa usuários em torno de conhecimentos. O negócio está crescendo, com 1,1 milhão de usuários em 12 países, e ganhou impulsos significativos nos últimos tempos, com a proliferação das fake news, notícias desinformadoras que inflamam o trabalho dos haters, usuários que espalham o ódio a tudo e a todos pelos confins da internet.
“As empresas de redes sociais atuais priorizam as necessidades de anunciantes, marcas e acionistas, otimizando o tempo de uso dos usuários para aumentar sua exposição a anúncios”, afirmou Büyükkökten. “A felicidade é que deveria ser otimizada. Não importa se você passa quatro ou quatrocentos minutos em uma rede social, e sim se aquela é ou não uma boa experiência.”
Fonte: Exame
Créditos: Mariana Fonseca