Tocando o Sol

NASA lança com sucesso sonda que irá explorar o Sol nos próximos anos -VEJA VÍDEO

Após adiamento, agência espacial norte-americana lançou na madrugada deste domingo o foguete que carrega a sonda

Após adiamento, agência espacial norte-americana lançou na madrugada deste domingo o foguete que carrega a sonda


As 4h31 da manhã deste domingo a NASA lançou com sucesso na base de Cabo Canaveral (Flórida) o foguete Delta IV Heavy, que carrega a sondaParker Solar Probe. A missão terá o desafio de ser o equipamento enviado por humanos que mais próximo chegará do Sol, para coletar novas informações sobre a estrela do Sistema Solar.

O lançamento fora adiado em três ocasiões. A última delas foi na madrugada de sábado, quando a NASA alegou problemas técnicos para impedir que o foguete deixasse a base de Cabo Canaveral.

A sonda Parker Solar Probe chegará a uma distância de 6,12 milhões de quilômetros de sua superfície. Para ter ideia, será sete vezes mais próxima do que qualquer sonda já chegou de nossa estrela — em 1976, a sonda Helios-2 esteve a 43 milhões de quilômetros do Sol.

Para cumprir essa missão, a sonda pegará uma carona na órbita de Vênus, se deslocando a uma velocidade de 690 mil km/h — algo como ir de São Paulo a Tóquio em pouco mais de um minuto. Após cruzar parte dos 149 milhões de quilômetros que separam a Terra do Sol, a sonda realizará 25 voltas ao redor da estrela, em uma missão que tem previsão de término para 2025.

O grande desafio, no entanto, é garantir que a Parker Solar Probe resista às condições extremas de calor e de radiação. Para isso, o equipamento contará com um “escudo” de 11,43 centímetros de espessura e será revestida de um material capaz de resistir a temperaturas de até 1.300ºC

A agência espacial norte-americana divulgou um vídeo do momento do lançamento:

Ao anunciar a missão, em maio do ano passado, diretores da NASA decidiram batizar a missão que explorará mais detalhes do Sol com o nome do astrofísico Eugene Parker, responsável pelos  primeiros estudos sobre como os campos magnéticos e partículas solares influenciam os planetas do Sistema Solar.

Em 1958, o astrofísico publicou um artigo com as primeiras investigações a respeito de um fenônemo que ficaria conhecido como vento solar: em sua pesquisa, Parker estudou o comportamento da emissão de partículas e de eletromagnetismo que “escapa” da coroa solar, região conhecida como a “atmosfera externa” do Sol, onde as temperaturas são superiores à própria superfície solar (que tem temperatura de cerca de 6.000ºC). Ao longo de seu trabalho, o cientista analisou a interação da expansão da coroa solar e de sua relação com os planetas.

Uma das principais missões da sonda será justamente a de entender por que a coroa solar apresenta temperaturas superiores à superfície do Sol. A missão também analisará o comportamento dos ventos solares e sua influência no campo magnético dos planetas.

O Sol não é apenas uma estrela que influencia os planetas ao seu redor, mas também é um corpo em constante variação, com explosões violentas de radiação, e um exímio formador de energia em quantidades absurdas para os padrões terrestres.

Sua massa — de cerca de 330 mil vezes a da Terra — corresponde a 99,86% da massa do Sistema Solar. O apelido de Astro Rei não é mera força de expressão. Essa esfera gigante é composta, basicamente por Hidrogênio e Hélio, sendo que 3/4 de seu total é reservado ao primeiro elemento. Menos de 2% de sua composição consiste em elementos pesados, como oxigênio e carbono.

Diferente dos planetas que são considerados rochosos, como a Terra e Marte, ou gasosos, como Saturno e Júpiter, nossa fonte de calor é formada por plasma, gasoso na superfície e mais denso conforme se proxima do núcleo.

É exatamente ali, em seu coração, sob uma temperatura de 15 milhões de graus centígrados, que as reações químicas nucleares mais selvagens acontecem. São até 600 milhões de toneladas de hidrogênio convertidos em hélio por segundo. A diferença da massa dos dois elementos é expelida em forma de energia. Para sair do núcleo e chegar até a superfície da estrela, essa energia leva até um milhão de anos — um constraste bem grande com o tempo que as partículas do Sol levam para chegar até a Terra: 8 minutos.

Por isso, a camada mais externa do Sol, a Coroa, está sempre se expandindo, criando os ventos solares, por isso o nome “ejeções de massa coronal”. Quando explosões de grandes proporções acontecem nessa área, partículas solares são liberadas.

Os astrônomos estimam que o nosso Sol tenha 4,5 bilhões de anos.Considerando que uma estrela desta grandeza mantém seu brilho por até 10 bilhões de anos, ainda há muito a explorar.

https://youtu.be/AlyuSwRSVHU

Fonte: Revista Galileu
Créditos: Revista Galileu