Nas bancas deste ontem (sábado 09) a tarde a última edição impressa do Jornal da Paraíba com data deste domingo (10) com três dos seus colunistas tratando do adeus. Gonzaga Rodrigues, Arimateia Souza, Laerte Cerqueira e o interino de Rubens Nóbrega, Suetoni Souto Maior.
Em um comunicado superior a meia página a direção se despede do impresso: “Ao migrar para o formato digital, O Jornal da paraíba se mantém fiel à sua história e aos conceitos que norteiam a Rede Paraíba de Comunicação, da qual faz parte. Seu conteúdo editorial ganhará, a partir de agora, a agilidade que os leitores procuram nas plataformas digitais”.
HISTÓRIA
Fundado em 5 de setembro de 1971, com redações situadas nas cidades de João Pessoa e Campina Grande, além de vários correspondentes nas principais cidades do estado, após 45 anos de circulação, o Jornal da Paraíba encerra suas atividades em última edição deste domingo (10).
A informação foi anunciada oficialmente pelo empresário Eduardo Carlos, responsável pelo veículo. Na edição final, o JP trouxe uma matéria sobre como garantir vaga no mercado de trabalho. Segundo informações, ao menos 120 funcionários entre jornalistas, pessoal do setor administrativo e da gráfica serão demitidos. Um pequeno grupo dos atuais jornalistas do matutino serão aproveitados na versão online, que ocupará o espaço deixado pelo extinto impresso.
No meio da crise política e econômica pela qual o Brasil passa, o cenário de desemprego preocupa. Para se ter uma ideia, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que mais de 6,6 mil postos de trabalho foram fechados na Paraíba em fevereiro deste ano. No total, 166 mil pessoas com mais de 14 anos estão desempregadas no Estado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Contudo, ofertas de emprego são divulgadas toda semana pelos Sistemas Nacionais de Emprego (Sines) de João Pessoa e da Paraíba.
A quantidade de vagas oferecidas semanalmente varia mas, em média, são 250 postos de trabalho oferecidos pelos dois sistemas, com diferentes exigências de experiência e de nível de escolaridade.
No Sine João Pessoa, no bairro de Varadouro, na capital, o sistema oferece oportunidades para todos os níveis de escolaridade. “A maior parte das vagas, entretanto, é para candidatos que tenham pelo menos o ensino médio completo”, destaca a gerente de mão de obra do sistema, Lílian Pereira. Apesar disso, oportunidades para pessoas com ensino fundamental, como cozinheiro, mecânico e trabalhos em cargos técnicos, também são comuns.
As ofertas para candidatos com ensino médio também são maioria no Sine-PB, no Centro da capital, como afirma o gerente executivo do órgão, Upiraktan Santos. “Entre 60% e 70% das vagas são de nível médio, como operador de telemarketing e cargos no comércio”, detalha. “Mas também temos uma disponibilidade razoável para pessoas com nível superior; já empregamos, por exemplo, administradores, farmacêuticos, nutricionistas, entre outros”, pontua.
Com o crescimento do desemprego, em ambos os Sines, foi verificado aumento na procura por vagas. Apesar disso, no Sine-JP alguns postos de trabalho permanecem em aberto por incompatibilidade entre o candidato e a vaga. “Alguns cargos demoram mais a ser preenchidos porque há a dificuldade de localizar o trabalhador adequado pra determinada função, com os requisitos que a empresa pede”, explica Lílian.
No Sine-PB, por sua vez, dificilmente sobram postos em aberto no fim da semana. “Temos um cadastro que geralmente supre toda a oferta semanal”, afirma Upiraktan. Segundo ele, cerca de mil pessoas procuram o sistema toda semana. “Nem todas elas são para cadastro de empregos; uma parte procura serviços como seguro-desemprego, dentre outros”, ressalta. Apesar disso, a quantidade de postos ofertados ainda é insuficiente para suprir toda a demanda.
Sistemas oferecem capacitação
Associada à alta procura, a redução de oferta de vagas é percebida nos dois sistemas e atribuída ao cenário econômico pelo qual o país passa atualmente. Para aumentar as chances de contratação do trabalhador, ambos os Sines oferecem cursos de capacitação e orientação aos candidatos.
No Sine-JP, o programa Sine nos Bairros leva serviços do órgão a bairros da capital. Nos eventos são oferecidos além do cadastramento em vagas de emprego, capacitações que orientam sobre como se comportar em entrevistas de emprego e otimizar o currículo. As próximas edições do programa serão realizadas na próxima quarta no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do bairro de Gramame; e no dia 20 de no Centro de Referência da Juventude (CRC) do Alto do Mateus.
Com objetivos semelhantes, o Sine-PB firmou parceria com o Sistema S (instituições como o Senac e o Sesc) para capacitar os candidatos. “Já encaminhamos cerca de 200 pessoas para cursos de telemarketing, recursos humanos, recepcionista, dentre outros”, diz Upiraktan Santos.
Para se cadastrar e participar das capacitações de ambos os Sines, é necessário que o candidato compareça à sede dos órgãos com RG, CPF, Carteira de Trabalho e currículo.
Confira a nota oficial sobre o encerramento do Jornal da Paraíba:
Caros colaboradores,
A partir da próxima terça-feira (12/04), o Jornal da Paraíba deixa de circular em sua edição impressa. O seu conteúdo migrará para o formato digital.
A decisão de interromper a circulação impressa segue uma tendência mundial, resultado do crescimento das plataformas digitais. Mas, também, está relacionada ao agravamento da atual crise brasileira, que atinge o setor produtivo em seus mais diversos segmentos.
Suspender a circulação impressa de um jornal com quase 45 anos não foi uma decisão fácil. Sabemos do papel desempenhado pelo Jornal da Paraíba, da sua história, do seu compromisso com o desenvolvimento do nosso Estado. Como sabemos de que modo uma decisão como esta atinge o capital humano que empresta sua força de trabalho ao crescimento das nossas empresas. Mas foi necessário fazê-lo.
Não vou mencionar nomes para não cometer injustiças. Expresso aqui o nosso agradecimento a todos, mas todos mesmo, os que, ao longo dessas quatro décadas e meia, fizeram o Jornal da Paraíba ser o que ele é. E torço, muito sinceramente, para que os que nos deixam reencontrem o seu lugar no mercado de trabalho.
Atenciosamente,
Eduardo Carlos
Presidente da Rede Paraíba de Comunicação
Redação com JP Online
Fonte: POLEMICA
Créditos: POLEMICA