eleições 2022
Políticos adoram atacar pesquisas na eleição mas não vivem sem elas
Virou regra nas campanhas eleitorais no Brasil: políticos-candidatos que estão em desvantagem nas pesquisas de intenção de voto dedicam-se a atacá-las, em alguns casos furiosamente, embora não consigam prescindir delas e estejam, às ocultas, debruçando-se sobre percentuais considerados válidos ou sobre níveis de rejeição, deles ou dos adversários, para tentar adivinhar antes da “Hora H” as suas chances na disputa para variados cargos eletivos. Ainda agora, na campanha presidencial, o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) comanda uma sistemática desmoralização de institutos como o Datafolha e o Ipec pelo fato de que, desde o começo da campanha, sinalizam favoritismo do candidato e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A orquestração intensificou-se mais ainda com as projeções indicando que Lula pode vencer no primeiro turno, supostamente beneficiando-se do voto útil que sua campanha passou a explorar junto a segmentos indecisos ou passíveis de migração.