A Covid-19 vem causando alguns efeitos colaterais inéditos para médicos e pacientes, com vários relatos de problemas raros e incomuns no pênis após a infecção. Um novo artigo, publicado na revista Urology, descreveu o caso de um garoto de 12 anos que sofreu uma ereção contínua por mais de um dia – condição médica chamada de priapismo. Segundo médicos da Áustria, a condição já foi observada outras vezes em pacientes com a doença.
O menino, que não foi identificado, foi levado ao hospital sentindo um grande incomodo no pênis. Chegando lá, os especialistas usaram uma agulha para perfurar o órgão e drenar um pouco do sangue, mas além de o procedimento ser muito dolorido, não funcionou. O paciente foi colocado sob anestesia geral para nova tentativa, que apresentou resultado temporários.
O paciente começou a apresentar novamente sintomas de priapismo 24 horas depois da intervenção. Por meio de exames, foram identificadas coagulações de sangue no tecido esponjoso no eixo do pênis, que é responsável por causar a ereção. Os médicos resolveram o problema aplicando compressas de gelo e comprimindo o períneo, a área da pele entre os genitais e o ânus.
Mas, mais uma vez, o menino voltou ao hospital três dias depois com uma ereção “totalmente rígida e sensível” e dor discreta. Depois de tratar o problema, ele foi encaminhado a especialistas para verificar se não tinha uma doença no sangue, como a anemia falciforme, que poderia estar por trás do problema repetitivo. Porém, os médicos escrevem que o paciente havia contraído a Covid-19 pela primeira vez sete semanas antes do incidente, e enquanto estava no hospital testou positivo novamente.
“O priapismo isquêmico, a forma mais comum da doença, é o resultado do sangue não conseguir sair do pênis. Se a condição não for tratada corretamente, pode levar à morte do tecido ou disfunção erétil”, escreveram os médicos no relatório.
Entenda o priaprismo
Após investigação, os especialistas definiram que não havia outra causa plausível para o caso de priapismo do garoto além da Covid-19. Três dias antes da primeira ereção, ele tinha sofrido um acidente de bicicleta, mas os médicos descartaram o motivo, uma vez que a queda não teve impacto na pélvis.
“O priapismo é definido como uma ereção peniana não relacionada ao interesse ou estimulação sexual que persiste além de quatro horas”, escreveram Stephan Brönimann e colegas da Universidade Médica de Viena no documento.
De acordo com a equipe, vários casos de priapismo isquêmico ligados à Covid-19 foram publicados, a maioria deles afetando pacientes com quadros graves da doença que requerem hospitalização e internação na UTI. Eles explicam que a infecção aumenta as chances de coágulos sanguíneos, que podem causar morte e também estar por trás de problemas preocupantes no pênis.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Metrópoles