Uma mulher teve um parto de emergência em uma calçada no centro de Quixadá, município localizado no Sertão Central. O caso aconteceu na manhã da última segunda-feira, 15. A moça teve o auxílio de um enfermeiro e de uma funcionária de uma farmácia que, felizmente, estavam nas redondezas do local instantes antes do ocorrido.
O enfermeiro Conde Samuel Paiva Forte relata que estava conversando com um casal de amigos, em frente a um estabelecimento próximo a uma avenida movimentada do município, quando percebeu uma movimentação estranha. “Quando tem mais de cinco pessoas ao redor de alguma coisa, ou estão destruindo alguma coisa ou algo de errado está acontecendo”, pensou o profissional.
Como todos do trio de amigos são área da saúde, eles se aproximaram da aglomeração suspeitando que a movimentação se tratava de algum acidente. Ao se aproximar do local, no entanto, o enfermeiro avistou a moça em trabalho de parto sendo amparada pela funcionária de uma farmácia, localizada em frente ao caso.
Samuel conta que, prontamente, agilizou o atendimento da moça. “Primeiro a gente tem que ser rápido, foi uma coisa que durou entre cinco a 15 minutos. Eu saí gritando, dando orientações: ‘Eu quero luvas, quero gases, quero algum tipo de tecido, tudo que for preciso para fazer o atendimento'”, contou o profissional.
O enfermeiro conta que já tinha experiências anteriores com partos, principalmente com procedimentos humanizados. Ele, contudo, revela que nunca enfrentou alguma situação semelhante como a vivida na última segunda-feira.
Todo o material utilizado foi providenciado pela farmácia. Inclusive, a funcionária Adília foi fundamental para que tudo corresse bem. “Eu disse: Moça (Adília), você fica do lado esquerdo e eu fico do lado direito e eu te oriento”, explica Samuel.
“Quando eu coloquei o par de luvas, a menina nasceu”, revela o enfermeiro. O enfermeiro conta que auxiliou a funcionária com a forma correta de segurar a criança e realizou os procedimentos iniciais para garantir a segurança do bebê.
“A mãe estava num estado de quem não estava acreditando que aquilo estava acontecendo. Na cabeça dela eu acho que ela tava pensando só: ‘Minha filha nasceu no meio da rua”, lembra Samuel.
Nascimento
O bebê nasceu por volta das 11h45min. “É uma menina muito linda”, contou o profissional de saúde, ao tentar tranquilizar a mais nova mãe. No entanto, o próprio enfermeiro ainda não estava totalmente seguro, tendo em vista que a neném ainda não havia se mexido ou esboçado som.
Para contornar a situação, ele realizou o procedimento da palmadinha. Foi aí que a recém-nascida começou a chorar. “Foi como se até eu tivesse criado vida na hora”, frisou Conde Samuel.
Ele então colocou a criança envolta de um tecido, entregue por um dos populares. “A gente segurava a criança perto do ventre da mãe, porque não tinha como cortar o cordão umbilical ali, seria perigoso e poderia acarretar em alguma infecção”, explicou o profissional. O enfermeiro conta que escutou de alguma das pessoas presentes teria contatado uma ambulância, mas o serviço não chegou ao local.
Segundo Samuel, por sorte, um carro com uma equipe do Corpo de Bombeiros estava passando pelo local. As pessoas presentes então sinalizaram para o veículo.
“Eles (os socorristas) vieram e ligaram para a maternidade. Junto com os bombeiros, colocamos a criança e a mãe no carro”, detalha. Por fim, mãe e filha foram encaminhadas ao Hospital Maternidade Jesus Maria José, localizado em Quixadá.
Emoção
O enfermeiro destacou a ajuda de Adília, funcionária da farmácia, em agir de forma correta e não se exaltar durante toda a ação. “Quando tudo terminou, eu abracei ela (Adília), ela me abraçou, e foi uma emoção só”, conta o enfermeiro.
Conde Samuel ainda explica que, na hora de um atendimento, é fundamental adotar um comportamento profissional. Ele relatou que, após o maior perigo ter passado e a ficha ter caído, a emoção tomou conta.
“Eu sou muito emotivo, chorei muito”, confessou. Horas após o ocorrido, uma pessoa próxima à mãe da menina entrou em contato com ele e informou que a mulher e a filha estavam em boas condições de saúde.
Fonte: O Povo
Créditos: O Povo