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No trabalho, mulher é obrigada a usar banheiro masculino por 'se parecer com um homem'

“Eu estava trabalhando, quando uma funcionária nova disse ter se sentido constrangida por ver um ‘homem’ limpando o banheiro. Eu já tinha saído naquele dia, mas minha supervisora pediu que eu voltasse ao supermercado e falou pra eu começar a usar o banheiro masculino, dizendo que eu realmente parecia um menino. "

Uma decisão de um juiz do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) vai permitir que uma auxiliar de limpeza possa utilizar o banheiro feminino de seu trabalho. Thais de Paula, de 30 anos, afirmou que era obrigada a utilizar o sanitário masculino por se parecer com um homem. À Justiça, a mulher explica que passou a ser obrigada a utilizar o banheiro dos homens depois de uma funcionária afirmar que se sentiu constrangida ao ver “um homem” no local. Ela trabalha para a empresa Elofort numa unidade da rede Makro em Campinas.

“Eu estava trabalhando, quando uma funcionária nova disse ter se sentido constrangida por ver um ‘homem’ limpando o banheiro. Eu já tinha saído naquele dia, mas minha supervisora pediu que eu voltasse ao supermercado e falou pra eu começar a usar o banheiro masculino, dizendo que eu realmente parecia um menino. No começo, fiquei com medo de usar. Corro risco de ser estuprada, fico constrangida. Coloco o uniforme por cima da minha roupa. Um rapaz pediu que a chefia mudasse esse tratamento e ouviu que, independente do que fosse dito, como eu pareço homem, continuaria no banheiro masculino. Então fiquei numa situação em que ou eu aceitava, ou seria mandada embora” explica Thais.

Decisão

O juiz André Pereira de Souza, da 6ª Vara Cível do Foro de Campinas, decidiu que “a parte requerida mantenha o vínculo empregatício da parte autora e que seja possibilitada a ela a utilização do banheiro destinado às pessoas do sexo feminino, no prazo máximo de 24 horas”. Se a decisão for descomprima, a empresa deverá pagar uma multa diária de R$ 10 mil.

Em nota, a Elofort explicou que “em um determinado momento do contrato de trabalho, surgiu o questionamento de como gostaria de ser chamada e de qual banheiro se sentia mais confortável em utilizar. Thais respondeu que gostaria de ser chamado de Thalison e que se sentia mais confortável em usar o banheiro masculino”. Thais explica, no entanto, que é lésbica.

“Em dezembro, uma amiga minha de lá mesmo do Makro indicou minha advogada. Procurei ajuda porque senti o abuso, a falta de respeito. Foi um descaso total porque nunca fiz nada contra nenhuma mulher pra sofrer isso. Tanto os homens quanto as mulheres acham um absurdo. Isso não tem explicação, é um preconceito evidente. Eu sou lésbica. Sou mulher”, indica.

Fonte: Yahoo!
Créditos: Yahoo!