A estadunidense Bethany Collins relatou uma experiência curiosa em sua conta no TikTok. Em um vídeo que viralizou na rede, ela conta que seu olho esquerdo “pulou para fora” devido à força excessiva que ela fez durante o parto de sua filha. O caso, é claro, bombou no aplicativo e outras mulheres relataram problemas semelhantes.
Além de Bethany, uma outra usuária da rede social disse que passou por algo parecido quando deu à luz. De acordo com ela, a força excessiva fez seus olhos sangrarem. No caso da estadunidense de 23 anos, seus olhos voltaram ao normal em pouco menos de 2 meses e sem qualquer sequela à sua visão.
Para entender porque isso acontece, Stefânia Barbosa Diniz, é médica oftalmologista especialista em cirurgia de órbita do CBV Hospital de Olhos, que afirmou que a exoftalmia orbitária espontânea – nome dado ao incidente ocorrido com Bethany – é considerado extremamente raro.
“No caso relatado, o que houve foi um sangramento espontâneo dentro da órbita, mais especificamente atrás do olho, empurrando-o pra frente”, analisou.
De acordo com a especialista, esse tipo de trauma pode estar associado à má formações vasculares, aumento da pressão venosa e hipertensão arterial sistêmica. “Sendo assim, tudo o que cause o aumento da pressão abdominal pode desencadear tais sangramentos”, explica.
Outras situações que o mesmo pode acontecer incluem “levantar muito peso na academia, constipação intestinal em que a pessoa faça uma força maior para evacuar, vômitos e atividade física intensa”, alerta.
A médica explica que o sangramento costuma ser reabsorvido e, na maioria dos casos, o olho volta ao normal espontaneamente, sem deixar sequelas. “Entretanto, este sangramento pode ameaçar a visão. Devido ao potencial de perda visual grave, o diagnóstico rápido e o manejo dessa condição são essenciais”, salienta.
Cuidados
Na concepção de Matheus Beleza, ginecologista da Maternidade Brasilia Dasa, o mesmo pode pode acontecer com alguns vasos do corpo a depender do nível de força, da intensidade e do tempo prolongado sem intervalo em que a paciente faz força.
“O que a gente orienta é para que a força seja feita de maneira instintiva e que a gente, enquanto equipe, não fique estimulando de maneira excessiva, porque pode causar algumas lesões”, alerta. Matheus afirma que as principais áreas a serem afetadas são a pele e os tecidos moles – como ao redor do olho e próximo da boca.
“A paciente ainda pode desenvolver um edema vulvar, em que a vulva fica muito inchada devido à essa força excessiva e não dá um intervalo para que a circulação volte ao normal entre as contrações”, afirma.
O médico ainda ressalta que os cuidados com o pré-natal são essenciais para evitar lesões e indica para que durante o trabalho de parto a grávida tente se movimentar e só faça força excessiva no momento adequado – o que ele indica ser próximo ao período final do parto.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Metrópoles