Carol Praddo já gostava de tatuagens, mas foi observando as transformações corporais de seu marido, Michel, o ‘Diabão’ de Praia Grande, que ela decidiu realizar modificações em seu corpo. Ela pigmentou os olhos, adicionou próteses de chifres e bifurcou a língua, se tornando a ‘Mulher Demônia’. E revela que esta última intervenção a fez ter de reaprender a beijar.
“Tudo que a gente faz, todas as decisões, é sempre pensando como casal. Eu gostava de tatuagem e ele de modificações. Com o tempo e a convivência fui começando a me interessar e querendo me modificar”, conta ela ao UOL.
A ideia de se tornar uma demônia também foi inspirada pelo companheiro, que colocou presas nos dentes, chifres e até cortou um dos dedos para que parecessem garras.
“As pessoas, mesmo antes de eu fazer minha primeira modificação, que foi pigmentar os olhos, ele já estava nessa caminhada. As pessoas já falavam: ‘Se ele é o Diabão, a esposa dele é o quê? A Diabete? A Diaba?’. Ai fui me transformando e buscando, meio que com esse incentivo das pessoas, o que eu seria. Comecei a procurar na internet imagens de demônia feminina, pensando já em uma personagem. Me identifiquei”.
Apesar da inspiração, Carol ressalta que não tem tantas modificações quanto Michel. Ela diz que, em parte, isso se deve ao fato de ser muito medrosa e não conseguir encarar algumas das coisas mais radicais que o marido fez, como arrancar o dedo e a ponta de seu nariz. “Sou bunda mole. Remoção do umbigo, do dedo. Não tenho coragem. De jeito nenhum”, brinca ela.
Língua bifurcada
Isso não a impediu de, por exemplo, realizar uma bifurcação em sua língua, a deixando com uma aparência de língua de cobra. Ela afirma que esse procedimento, no entanto, também a fez ter que reaprender algumas coisas, como o próprio ato de beijar.
“É igual quando você põe um aparelho ortodôntico. Tem que calejar a boca, ficar toda machucada, e é um procedimento estético aceito pela sociedade. Você coloca uma unha postiça e tem que ver como vai ligar o interruptor da luz. Tudo é uma questão de adaptação. Com a gente não é diferente. Hoje já é normal. Falo normal, como normal, beijo normal. Quando você passa a fase de adaptação, os hábitos se tornam normais”, explica.
Carol diz que seus implantes de silicone também a fizeram passar por um processo de adaptação.
“É a segunda vez que mexo no meu silicone. Coloquei um tamanho antes e agora coloquei um extremamente grande. Não consigo fechar o braço, fazer alguns exercícios na academia. A gente vai aprendendo a burlar e viver de uma outra forma”.
“Temente a Deus”
As alterações corporais feitas pelo casal Praddo nada tem a ver com religião. Porém, por conta de suas aparências, eles já ouviram comentários agressivos, muitos de cunho religioso. Carol ressalta que lida de forma tranquila com essa situação.
“Independente do que você faça na sua vida, as suas escolhas, sempre vão ter pessoas que concordam e discordam. Discordar é um direito da pessoa. Respeitar em relação à escolha do próximo é um dever”, defende ela.
Ela também destaca que tem uma relação muito particular com a religião e que acredita muito na figura de Deus. “Eu sou uma pessoa extremamente temente a Deus. As pessoas não conseguem desvincular um personagem da pessoa. Não é porque a pessoa se veste de preto que ela é do mal, satânica. Eu acredito que ou filha de Deus e ninguém vai me tirar isso da cabeça”, afirma.
“Quando eu resolvi colocar meus implantes de chifres, sentei na cama com meu esposo e falei: Michel, será que devo fazer isso? Tive um temor de o meu Deus me julgar por aquilo que estou colocando em mim. Ele falou: ‘Seu Deus te julga pelo seu coração ou por sua aparência?’. Até o nosso Deus foi chamado de demônio, ele foi julgado. Ele não julga por isso.”
Carol diz que não pretende parar. Ele já planeja seu próximo procedimento: uma operação para deixar as orelhas pontiagudas, assim com as de uma demônia. Estudante de biomedicina ela conta que foi ela que realizou a maioria dos procedimentos no marido, inclusive sendo a responsável por cortar o nariz do companheiro.
“A gente sempre tem medo e prudência. Antes de qualquer coisa temos que ter prudência. Eu sou uma pessoa extremamente medrosa, mas enfim. Os cuidados são os mesmos de um procedimento cirúrgico como qualquer outro”, diz ela.
Ela relata também que, apesar de realizar a maioria dos procedimentos no marido, não teve coragem de cortar o dedo dele. “Tudo ele pede para mim. Eu estava passando por um período que não podia, estava recém-operada. Não tive coragem, mas 90% das modificações dele fui eu que fiz”.
Fonte: POLÊMICA PARAÍBA
Créditos: UOL