Quando um paciente de 67 anos chegou queixando-se de dor na nádega e coxa do lado direito, os médicos do Centro Cerebrospinal e Cardiovascular de Akita, no Japão, não podiam imaginar quais seriam os desdobramentos do caso, publicado na edição de janeiro de 2021 do periódico BMJ Case Reports.
Segundo os especialistas, o homem relatou que sentia o incômodo há dois meses, mas nenhum outro sintoma ou histórico relevante. Após uma ressonância magnética, a equipe o diagnosticou com estenose espinhal, condição na qual os espaços na coluna se estreitam, o que pode pressionar os nervos e causar dor lombar ou dormência nos membros.
O paciente foi encaminhado para casa com anti‐inflamatórios e um plano de tratamento cirúrgico caso seu quadro não melhorasse em um mês, e, como a condição piorou, ele voltou para a realização do procedimento. Novamente, o homem parecia saudável, exceto pelas dores já relatadas, e foi encaminhado para uma tomografia computadorizada antes da cirurgia — e, aí, veio a surpresa: havia um palito de dente em seu reto.
“Suspeitou-se de perfuração retal por causa de corpo estranho”, escreveram os especialistas no artigo. “Portanto, a cirurgia agendada foi cancelada e o paciente foi encaminhado ao departamento de cirurgia gastroenterológica de outro hospital.”
Antes que a cirurgia pudesse ser realizada, no entanto, a condição piorou e ele teve que ser levado às pressas para uma ressecção retal de emergência e uma colostomia, na qual o palito foi retirado de seu reto. De acordo com os médicos, o palito estava macio por conta do líquido que havia absorvido e se quebrou facilmente ao ser removido.
Ainda assim, enquanto estava no corpo do paciente, o palito penetrou na parede retal e cravou uma de suas pontas no tecido, o que causou as dores. “Quando a explicação pré-operatória começou, fiquei consideravelmente surpreso quando o médico explicou sobre o palito”, disse o homem a seus médicos no relato do caso. “Depois de ouvir a explicação até o fim, não pude entender imediatamente, porque não tinha ideia de como o palito havia entrado em meu corpo.”
Felizmente, a dor desapareceu rapidamente após a remoção e, dois anos depois das dores iniciais, o homem permanece saudável. Nesse ínterim, os médicos encontraram uma explicação para o ocorrido: “em uma entrevista de acompanhamento, o paciente indicou que tinha o hábito de cochilar com um palito na boca”, escreveram os médicos.
Fonte: Galileu
Créditos: Galileu