Rafael tinha apenas um quilo e 28 semanas dentro do útero da mãe quando enfrentou seu primeiro grande desafio. Diagnosticado com malformação cística adenomatóide de pulmão, uma espécie de tumor benigno de crescimento rápido, ele precisou passar por uma cirurgia antes de oficialmente vir ao mundo. Ainda na barriga da mãe, o feto foi operado para que os médicos pudessem remover a massa sólida que já ocupava 90% da sua caixa torácica e comprimia seus pulmões e coração.
“Na maioria dos casos, quando diagnosticamos essa malformação, monitoramos o crescimento dessa massa e damos medicamentos corticoides para reduzir seu volume e protelar o tratamento cirúrgico para depois do nascimento. No caso do Rafael, demos corticoides, mas não houve resposta. A única chance era a cirurgia. Se o tumor continuasse crescendo, o feto morreria”, afirma o cirurgião e obstetra Antonio Moron, responsável pelo serviço de Medicina Fetal do Hospital e Maternidade Santa Joana, onde o procedimento foi feito.
Diante do quadro, a equipe informou a psicóloga Monique Araújo Batista, de 46 anos, mãe de Rafael, de que ela e o bebê teriam que passar pela operação. “Quando eu tive o diagnóstico, eu só chorava porque você não imagina esse tipo de coisa quando fica grávida. Bateu muito medo, mas eu não tive dúvidas sobre ir para a cirurgia. Os médicos disseram que, se a gente não fizesse, a chance de o Rafael sobreviver era de 5%. Se fizéssemos, era de 50%”, diz.
Fonte: Terra
Créditos: Polêmica Paraíba