Elas já conquistaram as cestas de Páscoa e agora viraram a grande pedida para o Dia dos Namorados. As calcinhas com estampas de chocolate chegaram para apimentar o cotidiano dos casais em Madureira, na Zona Norte. A febre no bairro agora é comprar peças íntimas inspiradas nas embalagens de Chokito, Talento, Kit-Kat e outras marcas de bombons, expostas na passarela da estação de trem. Na internet, quem quer agradar ao parceiro pode encontrar até peças íntimas com marcas de cerveja. Para um dos mais conhecidos boêmios do Brasil nem precisa ser Brahma, a marca do coração. Quando o assunto é calcinha com estampa da loura gelada, para Zeca Pagodinho, todas descem redondo: “Neste caso, não tenho preferência, aprecio todas”.
“Na Páscoa, eu comprei uma calcinha de Serenata de Amor para a minha esposa. Coloquei em uma embalagem com uma caixa de bombom e uma barra de chocolate. Quando ela abriu, ficou muito feliz. Hoje, eu vim aqui para comprar outra para apimentar a nossa relação. Quero levar uma do Kit-Kat e uma Chokito. Que brincadeira mais gostosa é essa! Não deixa a relação cair na rotina”, conta o autônomo Jeferson Batista, de 30 anos.
Na tarde de terça-feira, uma foto das calcinhas foi parar na página “Suburbano da Depressão”. E ganhou nada menos do que sete mil curtidas. O dono da barraca, Charles de Oliveira dos Santos, de 29 anos, não imaginava a repercussão.
“No começo do ano, eu quis inovar. Entrei em um site para procurar coisas inusitadas e me interessei por essas calcinhas. Chamei a pessoa que confeccionava e comprei dela semanas, antes da Páscoa, poucas peças. Eu tinha medo de encalhar”, conta o ambulante.
Mas não encalhou. Charles se surpreendeu com o poder das calcinhas. “Vendeu muito. Um rapaz veio aqui, olhou e disse: ‘era tudo o que eu queria. Ela vai se amarrar. Será chocolate com pimenta’. As pessoas, muitos homens inclusive, passavam aqui com as cestas de presente prontas, compravam e colocavam dentro para ser uma surpresa para as namoradas. Uma semana antes da Páscoa eu vendi, em um único dia quase 50 calcinhas. Hoje, eu só tenho 20 peças. Ontem, botei para vender de novo” .
E não foram só os homens que compravam as peças íntimas para surpreender. A mulherada correu até o local e levou para casa as peças. “Muitas mulheres diziam que iria comprar para agradar o ‘boy’. Essa é uma fantasia sensual que excita muita gente”, brinca Charles, que promete novidades.
Uma das que viram as calcinhas na internet foi a empregada doméstica Flávia Almeida, de 30 anos. “Achei sensacional a ideia. Eu compraria a de Chokito para agradar ao meu marido. É importante apimentar a relação a dois”, diz.
As calcinhas que mais saíram foi Sono de Valsa e Prestígio. E tem promoção: se na Páscoa saíam a R$ 15, agora estão a R$ 5.
Calcinhas engraçadas
Empresário e dono de um Sex Shopping em Madureira, Cláudio Miranda aposta em calcinhas aromáticas. “Esse é o lançamento que estamos trazendo para o Dia dos Namorados: uma calcinha aromatizada com o cachinho de uva. Temos também a calcinha de morango. Geralmente, quem procura são as mulheres. De uns dias para cá, os homens estão vindo muito por causa do Dia dos Namorados. Eu vendi desde o começo do mês uma média de 15 e 16 calcinhas por semana. Ela custa R$ 18. Quando se lava, ela vai perder a essência, mas se a pessoa quiser ela pode colocar um perfume que mais lhe agradar, inclusive vários perfumes íntimos”
Acervo de Wando vai virar museu
Com um acervo de 12 mil calcinhas deixado por seu pai, a filha do cantor Wando, Gabrielle Burcci, tem um museu de calcinhas em casa. E sabe como ninguém que as peças criativas sempre estiveram no figurino das fãs mais ousadas.
“Temos de calcinhas de frutas às calçolonas, mais engraçadas. Elas escreviam: “Eu te amo”, “Quero você na minha cama”, “Você é meu fogo e minha paixão”, “Meu telefone é tal, me liga”.”, lembra, divertida, a herdeira, que planeja criar um projeto para rodar o acervo por todo o país:
“O projeto é criar um museu itinerante com a Truckvan, que vai criar um veículo que leve o acervo do meu pai pelas cidades do interior do país. A ideia é que a pessoa entre, possa ouvir as músicas no fone, acessar as fotos, ver o acervo. É o projeto “A Banda B da MPB”, que pode beneficiar outros artistas”, conta.
Fonte: IG
Créditos: IG