O cume principal do vulcão Cumbe Vieja, em La Palma, sofreu uma ruptura parcial na manhã deste sábado, segundo o geólogo do Instituto Espanhol de Geologia e Mineração (IGME, na sigla em espanhol), Carlos Lorenzo. Ele garantiu, após observar o estado do vulcão utilizando drones, que o rompimento deixou “um enorme fluxo de blocos se deslocando pela encosta do vulcão em direção ao mar”. O diretor técnico do comitê de crise, Miguel Ángel Morcuende, minimizou a importância do fenômeno.
Morcuende apontou a existência de um novo polo emissor na mesma fissura, que começou a emitir materiais para o oeste do cume principal. Os cientistas, após a erupção, acreditam que poderia ser uma das primeiras “bocas” que se abriram após a erupção principal, que voltou a ficar ativa após um período de paralisação.
— Não é preocupante — tranquilizou Morcuende.
O chefe técnico da crise quis assegurar ao povo que todas essas mudanças são comuns em uma situação como essa.
— A ruptura significa que os diferentes centros de emissão que se sucedem ao longo de uma fissura podem se apagar ou podem aparecer novos — explicou ele. — Esta é uma típica erupção das Ilhas Canárias — acrescentou.
Morcuende deu como exemplo o “fenômeno da irritabilidade”, experimentado na sexta-feira, com aumentos significativos na energia da erupção, uma mudança natural neste fenômeno.
Foi esta tensão que provocou as violentas explosões de sexta-feira, que forçaram o aumento da área isolada e levaram a pequena ilha espanhola a decidir fechar seu aeroporto, impedindo a saída de algumas pessoas da região. A informação foi dada pela empresa operadora Aena, que disse que o aeroporto da ilha havia sido fechado por causa do vulcão, que expeliu milhares de toneladas de lava, destruiu centenas de casas e forçou a evacuação de quase seis mil pessoas desde dia 19, quando o fenômeno natural teve início.
“O aeroporto de Las Palmas está inoperante devido ao acúmulo de cinzas. As tarefas de limpeza já começaram, mas a situação pode mudar a qualquer momento”, escreveu a companhia no Twitter.
Os trabalhadores varreram as cinzas vulcânicas da pista, voos foram cancelados e a sala de embarque ficou vazia, com algumas pessoas chegando ao aeroporto e descobrindo que não poderiam deixar a ilha no Atlântico.
Por enquanto a situação de monitoração e possíveis retiradas de moradores se mantém, já que, atualmente, há três fluxos ativos de lava. O principal, localizado mais ao norte, tem uma altura máxima de 12 metros. O fluxo de lava secundário tem 10 metros e o terceiro fluxo de lava, que surgiu recentemente, corre para o sul, acima do fluxo anterior.
O Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias (Involcan) indicou, na quarta-feira, que a erupção pode durar de 24 a 84 dias. A projeção leva em conta dados sobre explosões anteriores na ilha de La Palma. A média de duração do fenômeno é de 55 dias.
Fonte: Polêmica PB
Créditos: O Globo