Recentemente, foi realizada uma telecirurgia onde o cirurgião Zhang Xu, da Academia Chinesa de Ciências, realizou um procedimento na Itália (Europa), enquanto o paciente estava na China (Ásia). Esse avanço foi possível através do uso de um robô-cirurgião e da tecnologia 5G. Durante a operação bem-sucedida, o médico removeu um tumor da próstata do paciente.
Em 2021, uma empresa líder global em tecnologia médica, a Medtronic anunciou o primeiro procedimento cirúrgico realizado pelo recém lançado robô cirurgião, o Hugo. O procedimento foi realizado pelo Dr. Ruben Olivares, na Clínica Santa Maria, em Santiago, no Chile e foi considerado um sucesso.
A cirurgia robótica, menos invasiva e promovendo recuperação mais rápida, está crescendo no Brasil, impulsionada pela transformação tecnológica. O Hospital Israelita Albert Einstein foi um dos pioneiros no país, realizando procedimentos em diversas áreas médicas nos últimos 15 anos.
Com o avanço da tecnologia 5G, espera-se que as cirurgias robóticas se expandam ainda mais, inclusive com possibilidade de serem conduzidas remotamente, embora desafios técnicos precisem ser superados para isso.
O que é a cirurgia robótica?
A cirurgia robótica é uma técnica minimamente invasiva assistida por robôs, onde o cirurgião controla os movimentos através de joysticks. Utilizando um console com visão HD 3D, o cirurgião opera utilizando braços robóticos e uma câmera acoplada ao paciente, permitindo incisões cada vez menores.
Essa abordagem avançada é ideal para tratamentos cirúrgicos de doenças como câncer de ovário, endométrio e colo do útero, proporcionando recuperação mais rápida comparada às cirurgias abertas tradicionais.
Saiba mais sobre o robô Hugo
A plataforma Hugo permite que o cirurgião opere sentado com a cabeça reta, de frente para a tela, com excelente ergonomia e conforto. Isso proporciona uma posição mais confortável, resultando em menor desgaste durante cirurgias de longa duração.
As indicações para a cirurgia robótica abrangem o tratamento de tumores renais, tumores de ureter, bexiga e próstata, com foco principal na oncologia urológica. A utilização do robô como assistente em cirurgias de alta complexidade tem demonstrado resultados excelentes e superiores quando comparados à cirurgia via aberta.
De acordo com o site Portal Hospitais Brasil, um estudo publicado em 2021 na revista científica Research, Society And Development identificou o perfil cirúrgico dos pacientes submetidos à cirurgia robótica em um hospital universitário. Os resultados mostraram que a cirurgia urológica foi a principal especialidade robótica, representando 61,2% dos procedimentos realizados. A maioria dos pacientes era do sexo masculino (64,7%), com idades entre 60 e 69 anos (43,2%). A hipertensão foi o fator de risco mais frequente (46,8%).
Vantagens da cirurgia robótica
A cirurgia robótica na urologia oferece importantes benefícios, como redução no tempo de internação para aproximadamente 24 horas, em comparação com 3 a 4 dias na cirurgia convencional para câncer de próstata.
Também há uma diminuição no uso de sonda pós-operatória, geralmente de 5 a 7 dias versus 14 dias nas cirurgias abertas. O procedimento minimiza o sangramento, reduzindo a necessidade de transfusões, e diminui drasticamente o risco de infecções hospitalares e cirúrgicas, ao ser realizado em uma cavidade abdominal fechada com pequenas incisões para acesso às pinças do robô.
E aí, será que você toparia passar por uma cirurgia realizada por um robô?