Foi registrado no final do mês de abril, em Salvador, na Bahia, o primeiro caso autóctone de cólera, ou seja, em que o paciente contraiu a doença no próprio país e não em viagem para regiões afetadas, em 18 anos.
A bactéria causadora da doença (Vibrio cholerae) foi identificada em um homem de 60 anos, que não tinha viajado recentemente, nem tido contato com algum outro caso confirmado ou mesmo suspeito. O homem apresentou sintomas de desconforto abdominal e diarreia em março e já está curado.
Desde 2006, o Brasil não havia registrado casos autóctones de cólera, com apenas quatro casos importados de países com surtos da doença. Os últimos casos autóctones foram registrados em Pernambuco, entre 2004 e 2005. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), de janeiro a março deste ano, 31 países tiveram casos ou surtos de cólera, sendo a região africana a mais afetada, com 18 países impactados.
Mas, o que é a Cólera?
A cólera é uma doença infecciosa aguda causada pela bactéria Vibrio cholerae. Ela geralmente é transmitida através da ingestão de água ou alimentos contaminados com as fezes de uma pessoa infectada.
Sintomas
Os sintomas mais comuns da cólera incluem diarreia aquosa grave, vômitos, desidratação e cãibras musculares. Em casos graves e sem tratamento adequado, a cólera pode levar à morte em questão de horas, devido à rápida perda de fluidos corporais.
Prevenção
A prevenção da cólera geralmente envolve uma combinação de medidas individuais, comunitárias e governamentais, sendo essas medidas de saneamento básico, acesso a água potável e vacinação em áreas de risco.
Higiene pessoal: Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente após usar o banheiro e antes de comer ou preparar alimentos. Isso ajuda a interromper a transmissão de bactérias.
Água potável: Beber apenas água segura e tratada. Isso pode envolver a fervura da água, uso de filtros ou desinfecção com produtos químicos apropriados.
Boas práticas alimentares: Consumir alimentos que foram preparados com água limpa e que tenham sido cozidos completamente. Evitar alimentos crus ou mal cozidos, especialmente em áreas onde a cólera é endêmica.
Vacinação: Em algumas situações, a vacinação contra a cólera pode ser recomendada, especialmente para viajantes que vão para áreas onde a doença é comum ou para populações em situações de emergência.
Tratamentos
O tratamento para a cólera geralmente envolve a reposição de líquidos e eletrólitos perdidos devido à diarreia intensa e aos vômitos. Aqui estão algumas abordagens comuns:
Reidratação oral: A reidratação oral é a principal forma de tratamento e consiste na administração de soluções de reidratação oral (SRO), que contêm água, sal e açúcar em concentrações específicas para ajudar a repor os fluidos e eletrólitos perdidos. Essas soluções são facilmente disponíveis e podem ser administradas em casa.
Reidratação intravenosa: Em casos mais graves de desidratação, quando a pessoa não consegue beber líquidos ou quando a diarreia é muito intensa, a reidratação intravenosa pode ser necessária. Isso envolve a administração de fluidos diretamente na corrente sanguínea através de uma veia.
Antibióticos: Antibióticos podem ser prescritos para reduzir a gravidade e a duração da doença, bem como para diminuir a transmissão da bactéria causadora da cólera. No entanto, a resistência aos antibióticos é uma preocupação, e os medicamentos devem ser usados com prudência e prescritos apenas quando necessário.
Suplementação de Zinco: A suplementação de zinco pode ajudar a reduzir a gravidade e a duração da diarreia em casos de cólera, especialmente em crianças.
Higiene e saneamento: Medidas de higiene, como lavagem das mãos com sabão e o uso de água potável para beber e cozinhar, são essenciais para prevenir a propagação da cólera. Além disso, melhorias no saneamento básico, como o acesso a água limpa e instalações adequadas de esgoto, são fundamentais para prevenir surtos da doença.