Uma pesquisa da Vigilância Sanitária de São Paulo, em parceria com o Incor e o Laboratório de Toxicologia da USP, foi divulgada pelo jornal Correio Braziliense, e revelou que o consumo de cigarro eletrônico causa níveis de intoxicação mais elevados do que o cigarro convencional.
O estudo realizado com 200 usuários de cigarros eletrônicos revelou que os níveis de nicotina neles são de três a seis vezes maiores do que nos fumantes de cigarros convencionais. A pesquisa apontou ainda, que a intoxicação por nicotina em vapers é tão alta quanto ou até pior do que em fumantes tradicionais.
A falta de conhecimento sobre os riscos e regulamentações entre os jovens foi destacada pela diretora do Núcleo de Tabagismo do Incor e coordenadora da pesquisa, Jaqueline Scholz, que afirmou que os riscos para a saúde dos usuários de vapes são equivalentes ou superiores aos dos cigarros convencionais, com um risco duas vezes maior de infarto ou AVC, e quadruplicado se ambos os tipos de cigarro forem usados.
Em abril deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu, por unanimidade, manter e reforçar a proibição dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) no Brasil. A nova norma, que substitui a de 2009, proíbe a fabricação, importação, comercialização, distribuição, armazenamento, transporte e propaganda desses dispositivos, inclusive para uso pessoal e na bagagem de mão. A decisão baseou-se na revisão das regulamentações e nas informações científicas mais recentes sobre os DEFs.
CIGARRO ELETRÔNICO
Quatro tipos de pneumonia, dois tipos de bronquite crônica e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), além da piora dos quadros de asma. Essas foram algumas das doenças respiratórias causadas pelo cigarro eletrônico.
Segundo divulgado pelo Metrópoles, alguns pesquisadores identificaram a Evali, uma doença que causa graves lesões pulmonares e está ligada ao uso de cigarros eletrônicos. Apesar de não haver evidências diretas de que o vape cause cânceres pulmonares, de boca ou de garganta, essa possibilidade ainda não está descartada.
Ainda no estudo, os pesquisadores indicam que o vício em cigarros aumenta o risco de AVC e enfisema, além dos problemas associados a cigarros eletrônicos. No entanto, como os dados sobre os vapes e pods são ainda iniciais e o uso é recente, outras doenças podem surgir com o tempo.
CIGARRO CONVENCIONAL
O cigarro, que contém mais de quatro mil substâncias tóxicas, é a principal causa de câncer de pulmão e um grande fator de risco para doenças cardiovasculares. Ele aumenta em quatro vezes o risco de doenças coronarianas e AVC, e em 12 a 13 vezes o risco de câncer de pulmão em mulheres e 23 vezes em homens.
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) estima que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas globalmente a cada ano, com cerca de 156 mil mortes anuais no Brasil.
Todos os dados apresentados acima servem de alerta para os fumantes ativos e passivos. É preciso cuidar da saúde de forma preventiva, evitando a prática de maus hábitos e o consumo de produtos que causem terríveis danos ao organismo.