No dia 22 de agosto, durante um jogo contra o São Paulo no Morumbi, o zagueiro do Nacional, Juan Izquierdo, de 27 anos, desmaiou em campo e os médicos o levaram ao Hospital Israelita Albert Einstein. O primeiro boletim médico indicou que ele chegou ao hospital em parada cardíaca devido a uma arritmia.
Após manobras de ressuscitação, incluindo desfibrilação, os médicos conseguiram estabilizar seus batimentos. Contudo, após cinco dias na UTI, onde foi sedado e submetido a ventilação mecânica, Izquierdo faleceu.
Em 2014, enquanto jogava pelo Cerro, o zagueiro Juan Izquierdo foi diagnosticado com arritmia cardíaca após realizar exames através de um programa do governo uruguaio. A arritmia cardíaca, que é uma alteração do ritmo normal do coração e pode resultar em batimentos rápidos, lentos ou irregulares, afeta uma em cada quatro pessoas ao longo da vida. Além disso, ela é responsável por aproximadamente 300 mil mortes súbitas no Brasil anualmente, de acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac).
Arritmia cardíaca
O site Wecor explica que a arritmia resulta de alterações nos impulsos elétricos do coração, causando batimentos cardíacos irregulares. Ela pode ser provocada por fatores simples, como o consumo excessivo de estimulantes, ou por condições graves, como isquemia do miocárdio.
A frequência cardíaca normal varia entre 50 e 100 batimentos por minuto. A arritmia pode se manifestar como taquicardia (batimentos acelerados) ou bradicardia (batimentos lentos), e pode apresentar sintomas como palpitações, desmaios, tontura, fraqueza, pressão baixa, dor no peito e confusão mental, ou ser assintomática.
Causas e fatores de riscos
Diversas razões podem fazer a frequência cardíaca variar, incluindo condições graves como infarto, insuficiência cardíaca e hipertensão, que exigem tratamento específico. Além disso, causas mais simples podem ser tratadas com mudanças no estilo de vida.
Fatores como ansiedade, estresse e síndrome do pânico, além de baixos níveis de oxigênio, uso de medicamentos e febre, podem alterar a frequência cardíaca. Além disso, o exercício intenso, doenças cardíacas e respiratórias, disfunção da tireoide e anemia também têm impacto. Além disso, o consumo de estimulantes e a obesidade são outros fatores que podem contribuir para essas alterações. A apneia do sono também é um fator de risco, pois reduz o transporte de oxigênio para o coração e outros órgãos.
Prevenção
Para prevenir arritmia cardíaca, é essencial adotar hábitos saudáveis e evitar fatores prejudiciais ao coração. É importante garantir uma boa qualidade de sono, reduzir o consumo de cafeína e manter uma dieta equilibrada, rica em vitaminas e fibras e baixa em sódio e gorduras. Incluir alimentos ricos em ômega-3, como salmão e nozes, pode ajudar a estabilizar a atividade elétrica do coração. Evitar álcool e tabaco, praticar exercícios físicos regularmente, limitar o consumo de açúcar e gerenciar o estresse são igualmente importantes. Além disso, técnicas de respiração profunda e meditação podem contribuir para o controle da frequência cardíaca.
Tratamentos
O tratamento da arritmia cardíaca depende da gravidade e do tipo da condição. Pode incluir medicamentos para controlar o ritmo cardíaco, cardioversão elétrica para restaurar o ritmo normal, e ablação por cateter para destruir áreas problemáticas do tecido cardíaco. Em casos mais graves, podem ser necessários dispositivos como marcapassos ou desfibriladores cardioversores implantáveis (DCI).
Mudanças no estilo de vida, como evitar estimulantes, gerenciar o estresse, e adotar uma dieta saudável, também são importantes. O tratamento adequado consegue prevenir complicações graves, como AVC, insuficiência cardíaca e morte súbita.