No inverno, a queda nas temperaturas e as mudanças sazonais podem levar algumas pessoas a desenvolverem condições específicas, como a tristeza sazonal. Esta condição pode impactar o humor, a energia, o apetite e o sono, e é frequentemente associada à menor exposição à luz solar e aos dias mais frios.
No entanto, em alguns casos, essa tristeza temporária pode evoluir para um problema mais grave conhecido como Transtorno Afetivo Sazonal (TAS), popularmente chamado de depressão sazonal.
Segundo o psiquiatra Napoleão Bezerra, enquanto a tristeza sazonal costuma apresentar sintomas leves ou moderados que não duram mais de duas semanas e não interferem na capacidade de realizar atividades diárias, o TAS ou a depressão sazonal pode gerar problemas mais sérios.
“Os sintomas do TAS são mais intensos e duradouros, podendo persistir por meses. Além de uma profunda melancolia, as pessoas com a condição apresentam fadiga excessiva, alterações no sono, humor e apetite, perda de prazer e interesse em atividades diárias, dificuldade de concentração e socialização”, explica o médico.
Esses sintomas se diferenciam dos quadros depressivos tradicionais principalmente pelo padrão sazonal específico, ocorrendo geralmente entre o final do outono e o início do inverno, e desaparecendo entre o final do inverno e o início da primavera.
Causas
O Transtorno pode ser desencadeado por diversos fatores, incluindo o estilo de vida da pessoa, fatores genéticos, o ambiente no qual ela está inserida naquele momento e, principalmente, nesse caso, a baixa exposição à luz solar.
“O sedentarismo, unido a uma rotina estressante, sono irregular, pode ser considerado um conjunto de fatores desencadeadores do problema. Pode-se dizer que a depressão sazonal é resultado da combinação: experiência individual da pessoa, fatores ambientais e culturais.”, pondera Napoleão.
Outro ponto que merece destaque, ainda segundo o psiquiatra, é a falta de exposição à luz solar nos dias mais cinzentos do inverno. Isso pode desencadear o TAS.
“A produção de hormônios e neurotransmissores é maciçamente afetada pela ausência da luz do Sol e isso altera o ciclo circadiano,que é o ritmo em que o organismo realiza suas funções ao longo de um dia. Durante o inverno, a produção de melatonina, que regula o sono, aumenta, enquanto a produção de serotonina, que influencia o humor, diminui, o que causa um desequilíbrio do humor e do organismo”, pontua o especialista.
Tratamento e Prevenção
Todo e qualquer tratamento de transtornos do humor deve ser conduzido por um profissional habilitado, já que este é o único capaz de diagnosticar da forma correta e direcionar o paciente para as diretrizes necessárias.
“No caso das medidas adotadas para tratas o TAS podemos citar uma série de ações, a exemplo do tratamento medicamentoso, dependendo do caso, da fototerapia, psicoterapia e mudanças no estilo de vida”, cita.
Dr Napoleão também reforçou fatores preventivos:
“É importante entender que o estilo de vida é fator determinante tanto no quesito prevenção como no fator desencadeador de transtornos. Este portanto, deve ser um ponto considerado quando falamos em evitar o desenvolvimento de condições como a depressão sazonal. Tomas banho de Sol, sempre que possível, passar mais tempo ao ar livre, se alimentar com mais qualidade, manter uma rotina mais ajustada, mais regular, praticar exercícios físicos. Tudo isso pode ser determinante para que a pessoa não desenvolva problemas como este. Sem contar em manutenções importantes ligadas ao cuidado com a mente, como a psicoterapia e a terapia ocupacional”, pontua.