Se tiver o juízo e o equilíbrio que demonstrar ter, o candidato Fernando Haddad, deveria descolar sua imagem da burocracia petista e assumir em definitivo a narrativa da sua campanha. Começando por seguir os conselhos do senador eleito pelo Ceará, Cid Gomes, que nesta segunda-feira, dia do professor, resolveu dar uma lição sobre autocrítica ao Partido dos Trabalhadores.
De cima do palanque montado pelo governador petista reeleito do Ceará, Camilo Santana, Cid discursou em tom alto e enérgico cobrando uma autocritica do PT. Foi além, cravou que se o partido continuar a não fazer uma Mea Culpa verdadeira será derrotado. Foi vaiado, claro!
O discurso do senador é um misto de indignação pelo cenário caótico previsto por seu irmão, Ciro, antes mesmo da eleição, somado a leitura do sentimento de revolta das ruas, que deseja impor uma derrota ao lulo-petismo, depois de ter derrotado o PSDB na disputa.
Com a enquadrada, Cid, na verdade, esclareceu ao país o significado do termo “voto crítico”, cunhado em nota oficial pelo seu partido, PDT, que declarou apoio, mas afirmou que não faria campanha para o candidato petista.
Como reação, petistas mais radicais tem chamado à fala de desleal e cobrado uma posição aberta de Ciro Gomes, que viajou para Europa após o primeiro turno, não antes de assegurar que votaria em Haddad mesmo não fazendo campanha. Esse mesmo Ciro foi sabotado pela estratégia de Lula em garantir a neutralidade do PSB na disputa nacional; o mesmo Ciro que não passava nem com reza brava no PT, segundo a presidente da sigla.
Do PT não há que se esperar outra postura que não a prepotência e a autofagia.
Resta saber se Fernando Haddad, por sua vez, assumirá a autocritica, endereçando carta aos brasileiros reconhecendo os erros, a corrupção dos governos petistas, pedindo desculpas e uma chance para que o país não caia no obscurantismo representado por Bolsonaro, ou se continuará amarrado pelo PT, dando de ombros tudo aquilo que pesa contra o partido.
Repito: se o professor Haddad tiver juízo aprenderá com as lições de Cid. Ainda dá tempo.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Rômulo Oliveira