VÍDEO - Entenda a formação da comissão do impeachment que será definida hoje

Os 65 nomes da comissão especial que dará parecer sobre o andamento ou não do processo de impeachment da presidente Dilma serão definidos hoje na Câmara. Já foram escolhidos 14

O primeiro e decisivo passo para a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) será dado hoje em Brasília: a escolha dos 65 nomes que integrarão a comissão especial encarregada de emitir parecer sobre o afastamento da petista. Se de um lado, o governo federal luta para conseguir emplacar aliados no grupo, do outro, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), articula para ter o controle da comissão. Terão lugar no grupo 26 partidos, dos quais PT e PMDB terão o maior número de representantes, com oito cada. Até ontem, apenas 14 parlamentares haviam sido indicados por suas legendas. O prazo para as indicações termina às 14h de hoje e às 18h haverá uma sessão extraordinária no plenário da Câmara para confirmar a chapa com as indicações de 65 titulares e seus suplentes. Amanhã, os integrantes terão a primeira reunião, quando escolherão, em votação secreta, o presidente e o relator. No mesmo dia, o Conselho de Ética da Câmara tem novo encontro para discutir a abertura do processo de cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro parlamentar. O peemedebista é acusado de ter recebido propina em negociação de contrato da Petrobras.

O PT já anunciou dois dos oito parlamentares da comissão: os líderes do governo, José Guimarães (CE), e do partido, Sibá Machado (AC). O PSDB já definiu dois dos seis membros a que terá direito – o líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio (SP), e o líder da minoria, Bruno Araújo (CE). O PMDB ainda não definiu nomes. Rachada em relação ao governo Dilma, a legenda enfrenta dificuldades na negociação dos integrantes da comissão. Ala do PMDB liderada por Cunha defende que o partido se afaste do Planalto, enquanto o líder peemedebista na Casa, Leonardo Picciani (RJ), se aproximou de Dilma durante a reforma ministerial e defende a governabilidade. Na sexta-feira, o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, entregou o cargo, o que foi visto nos bastidores como um indicativo do afastamento entre PMDB e PT e das articulações para que Michel Temer assuma a cadeira presidencial. Vale lembrar que Padilha é um importante aliado do vice-presidente em Brasíia.

O Solidariedade, partido de oposição, já escolheu dois integrantes no grupo: o líder Arthur Maia (BA) e o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), ambos defensores do impeachment. O PSOL, que também faz oposição ao governo, escolheu Ivan Valente (RJ). No entanto, a legenda já anunciou que votará contra o processo. O representante do PMN será Antônio Jacome (RN). O PPS indicou Alex Manente (SP). O PDT indicou Afonso Motta (PDT-RS) e Dagoberto Nogueira Filho (MS). Os indicados do PRB são Jhonatan de Jesus (RR) e Vinicius Carvalho (SP). Sarney Filho (MA) atuará na comissão pelo PV.