Em um debate promovido pelo Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan, nesta quarta-feira (22), os vereadores de João Pessoa Marcos Henriques (PT) e Eliza Virgínia (PP) apresentaram suas versões acerca da exigência do passaporte de vacinação na Capital, que teve um Projeto de Lei Ordinário aprovado nessa terça-feira (21) pela Câmara Municipal, proibindo estabelecimentos da cidade de exigir o comprovante para permitir que pessoas ingressem nesses locais
Eliza, que votou pela proibição de exigência, argumenta que tem recebido de pessoas a informação que estão sendo demitidas de seus empregos pois não possuem o passaporte.
“Quando você faz uma obrigação que é fora do seu corpo, a gente ainda releva, mas quando você recebe uma obrigatoriedade dessa, com esse grau de autoritarismo, que você tem que injetar um remédio no seu corpo, uma substância, que mesmo que a pessoa tenha lido na bula, é a liberdade do cidadão [que está em discussão]”, falou. Ela, no entanto, se disse ser favorável à vacina contra a Covid-19 e que tem o ciclo vacinal completo.
Já Marcos, que é favorável à exigência do documento, alega que o passaporte da vacinação é uma questão sanitária e não ideológica.
“Eu acho que o que vem se fazendo desde o começo é a questão de você assegurar vidas, de defender a vida. Eu acho que esse tema que a vereadora Eliza falou de não vacinar, você não pode deixar o interesse privado sobrepor o interesse coletivo. Eu acho que quem não se vacinou por alguma razão de doença, que não pode se vacinar, é uma coisa, agora muita gente não está respeitando o interesse coletivo e as pessoas não estão se vacinando”, respondeu.
Marcos criticou as pessoas que em determinado momento da pandemia não reconheceram a doença, a importância do distanciamento social e do uso de máscaras, posteriormente das vacinas, e mais recentemente, do passaporte. “Ele é necessário porque incentiva as pessoas a se vacinarem”, emendou.
Eliza criticou que pessoas que apresentam casos isolados não estão podendo acessar locais, dando como exemplo uma mãe que deu a luz recentemente, não se vacinou pois ainda está amamentando, e não pode entrar no Brasil pelo aeroporto. “O que importa é o papelzinho, e esse papelzinho não é garantia de não estar doente”, acrescentou.
“O passaporte sanitário é uma forma de a gente se prevenir. Nós estamos com previsão e ameaça de uma nova cepa. Essa vacina é um salvaguardo para a pessoa, para ter seu organismo imunizado”, opinou Marcos em seguida. Para ele, a obrigação do passaporte é essencial.
Dose de reforço
Questionados sobre terceira dose, a dose de reforço, que já está sendo aplicada, e se haverão mais outras doses, Marcos falou que acredita que mais doses serão aplicadas como “medidas preventivas”.
Já Eliza acredita que também haverá a aplicação de mais doses, mas não por questões de saúde, e sim por questões comerciais da indústria farmacêutica, visando o lucro.
Mensagem a Cícero Lucena
Ambos os vereadores foram solicitados a darem uma declaração ao prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), acerca do tema. Nessa terça-feira (21), o próprio prefeito já adiantou que irá vetar qualquer matéria aprovada pela Câmara Municipal para barrar a obrigatoriedade de apresentação do passaporte da vacina.
Marcos, vereador de oposição, concordou com a posição do prefeito: “Eu acho que Cícero está coerente com a saúde. Ele não quer que essa doença se prorrogue”.
Já Eliza, vereadora de situação, disse que o prefeito deveria sancionar a lei proibindo a exigência: “Claro que eu vou pedir que ele sancione. Se ele vetar é problema dele, e a gente vai tentar derrubar o veto”, finalizou.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba