A Câmara de Vereadores de João Pessoa se prepara para limpar a pauta e votar o Orçamento de 2016. A Lei Orçamentária Anual prevê receitas e despesas na ordem de R$ 2,55 bilhões. Um aumento de 6% em relação ao ano passado. Vereadores de oposição, como Raoni Mendes (PTB), acreditam que o cálculo está superestimado. Segundo eles, há uma previsão de queda da receita e essa expectativa de crescimento não é real. Mas, apesar disso, não vão fazer objeções, mas esperar para ver.
Antes de votar a Loa, os vereadores vão analisar algumas matérias. Uma delas é a do orçamento impositivo. Uma tentativa de garantir que, pelo menos, uma parte das emendas apresentadas pelos vereadores ao orçamento seja executada.
Atualmente, o vereador coloca uma emenda no orçamento para um hospital, um bairro, uma rua, mas o prefeito executa se quiser e puder. Com a aprovação do projeto, ele ficará obrigado a executar, se estiver dentro da precisão orçamentária. Na prática, dá mais força ao Legislativo e tira um pouco da autonomia do Executivo.
Raoni Mendes, autor do projeto, líder da oposição, acredita que a matéria vai passar, com apoio, inclusive, dos governistas. “É bom para todos os parlamentares e só começa a valer a partir de 2017”, explicou. Tenho minhas dúvidas. Passa se o prefeito achar que vale a pena. Não acredito que vai criar legislação para ter mais uma obrigação. Como ele não quer diminuir a própria autonomia, nem mesmo para aplicar um pouco mais de 1% das receitas reservado para emendas, deve orientar a bancada a não aprovar- e se aprovar, ele veta.
Vale ressaltar que esse projeto quase foi derrubado na Comissão de Orçamento. O sepultamento só não aconteceu lá porque os defensores levantaram o argumento de que já existe uma legislação nacional e o que está sendo feito aqui é só uma adaptação. É para acompanhar.
“Bombou”
No fim de semana, circulou uma foto nas redes sociais de uma confraternização. A novidade? O vice-prefeito de JP, Nonato Bandeira (PPS) e o pré-candidato a prefeito da capital, João Azevedo (PSB), juntos.
Abertos
O encontro não passou despercebido. Aumentou a especulação da aproximação dos dois para 2016. O PSB aproveitou para jogar a isca. Disse que o partido está de braços abertos.
Distância
Nonato nunca declarou rompimento com o prefeito Luciano Cartaxo (PSD) e não irá fazer agora. Mas os dois continuam afastados. Nonato não parece que é da gestão e não está nas decisões políticas da prefeitura.
A carta
Continua em silêncio e aguardando o momento de “enviar a carta”. O tom, no entanto, só será definido com estiver certo o destino e a perspectiva de encontrar um canto útil e confortável.
Campanha nas ruas
Ainda marcado pelas defesas públicas feitas para salvar o “padrinho”, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), do processo de cassação no Conselho de Ética, o deputado federal Manoel Júnior (PMDB) foi parar nos outdoors da cidade. Nas placas, uma referência à atuação na Casa: “entre os 100 parlamentares mais influentes de país”. Manoel aproveita e estampa seu rosto nas ruas, antes da “campanha” de prefeito de JP.
Também I
Outro deputado que aproveita o momento festivo para ser lembrado com mais frequência nas ruas é Veneziano Vital (PMDB). Os outdoors com “Boas festas” estão por aí.
Também II
Em Cabedelo a guerra de “outdoors” é travada pelos vereadores. Em cada canto da cidade tem um parlamentar fazendo propaganda do mandato.
Relaxando
O deputado estadual Ricardo Barbosa (PSB) foi ao mercado de Cabedelo no sábado. Discreto, sem fazer “política”, queria apenas comprar o camarãozinho do fim de semana.
Articulados
Por falar nisso, Barbosa é cotado pelo PSB para disputar a prefeitura de Cabedelo, mas vai ter que enfrentar a resistência dos vereadores “articulados”, que só aceitam um “estranho” se tiver conversa.
Diálogos
Aliás, quem topar entrar na disputa por lá, terá que ter disposição para furar o cerco que os parlamentares fazem, estabelecendo “condições, parcerias e obstáculos”.
Roubo
A investida do TCE continua. Agora, cobra do governo do estado que tome providências com relação ao roubo de água (escancarado) nas Várzeas de Sousa. Há suspeitas de que aliados do governo estão se apropriando do bem.
Assoreamento
Também recomenda que a gestão estadual trabalhe no desassoreamento do Rio Piranhas, provocado pela ocupação e desmatamento desordenados.
Jornal da Paraíba