O ex-procurador-geral da Prefeitura de Conde, Francisco Cavalcante Gomes, preso na manhã do último dia 6, por ocultação de documentos, assinou a delação premiada e vai abrir a caixa preta na gestão da ex-prefeita Tatiana Correa, que está presa na Penitenciária Feminina Julia Maranhão, em João Pessoa. Os dois estão presos preventivamente por lavagem de dinheiro e outros crimes.
O ex-procurador vai prestar depoimento na próxima semana e adiantou que vai falar como ocorria a lavagem de dinheiro na administração da ex-prefeita. Francisco Cavalcante está preso na sede do 5º BPM, na Capital, por ter curso superior. A ex-prefeita foi levada para o presídio feminino por não ter curso superior.
Segundo a investigação do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba e pela Polícia Civil, os denunciados promoveram a desapropriação fraudulenta de terras, no valor de R$ 620 mil, valores estes que retornaram em benefício destes através da utilização de terceiras pessoas. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão e prisão preventiva tendo como alvos de Tatiana Lundgen Correia de Oliveira e Francisco Cavalcante Gomes. A desapropriação ocorreu no Loteamento das Crianças, onde a prefeitura construiu em terreno pertencente a um terceiro.
De acordo com a denúncia, a prefeita e o secretário convenceram o proprietário a retirar a ação de despejo. Com isso, a prefeitura abriu processo para a desapropriação do terreno. O município arbitrou o pagamento de R$ 620 mil. Os recursos, no entanto, foram pagos a José Nicodemos dos Santos Silva sem que ele apresentasse os documentos que atestam a posse. Os recursos foram pagos através de cheques da administração municipal, que teriam sido usados para a compra de bens a fim de disfarçar a origem.
Destruição de provas
As suspeitas foram levantadas pelo Gaeco com base em imagens do circuito interno do prédio dele, em João Pessoa. O material mostra que durante a madrugada o ex-auxiliar da ex-prefeita do Conde, Tatiana Lundgren, também presa, deixou o apartamento portando documentos. O material foi armazenado dentro de um carro, deixado numa praça nas proximidades do prédio.
As imagens mostram a entrada dele no elevador e a saída do prédio. Posteriormente, ele volta sem os documentos. A suspeita do Grupo de Operações Especiais, da Polícia Civil, é a de que ele já esperava a operação desencadeada na manhã desta terça. O ex-procurador e a ex-prefeita foram presos e levados para o GOE. Eles são acusados de lavagem de dinheiro, entre outros crimes, enquanto estavam no poder, no município. Eles teriam rateado e ocultado o dinheiro correspondente à desapropriação de um terreno, feita em nome de laranja que não era o proprietário dos lotes em questão.
Fonte: Redação
Créditos: Portal do Litoral