VEJA VÍDEO: Em pronunciamento, Dilma diz que voto é único método de eleger governantes

Em pronunciamento publicado nas redes sociais nesta segunda-feira (7), a presidente Dilma Rousseff (PT) admitiu dificuldades na economia e voltou a dizer que o país enfrenta um momento de "travessia".

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Em pronunciamento publicado nas redes sociais nesta segunda-feira (7), a presidente Dilma Rousseff (PT) admitiu dificuldades na economia e voltou a dizer que o país enfrenta um momento de “travessia”. A petista também voltou a defender a democracia e, sem citar os movimentos que pedem seu impeachment, disse que o voto popular “é método único e legítimo de eleger nossos governantes”.

Pressionada pelos maus indicadores na economia, Dilma admitiu que enfrenta “desafios” na área. “É verdade que atravessamos uma fase de dificuldades. Sei que é minha responsabilidade apresentar caminhos e soluções para fazer a travessia que deve ser feita.”

Ela justificou os gastos do governo, que enviou ao Congresso Nacional uma previsão de rombo no Orçamento de 2016. Segundo Dilma, os gastos foram necessários para garantir emprego e a continuidade dos programas sociais, mas as medidas agora “têm que ser revistas”. “Nossos problemas também vieram lá de fora”, completou.

A presidente comentou ainda a foto do menino sírio morto em uma praia da Turquia. “A imagem do menino Aylan Kurdi, de apenas 3 anos, comoveu a todos nós e deixou um grande desafio para o mundo”, disse, declarando ainda que o Brasil tem tradição de acolher imigrantes. O garoto era uma das 12 pessoas que perderam a vida na travessia marítima em direção à ilha grega de Kos.

“Mesmo em momentos de dificuldade, de crise como estamos passando, teremos nossos braços abertos para acolher os refugiados. Aproveito para reiterar a disposição do governo para receber os que, expulsos de suas pátrias, para aqui queiram vir viver, trabalhar e contribuir para a prosperidade e a paz do Brasil”, declarou.

Dilma Rousseff disse que se houve erros, o que, segundo ela, “é possível”, é necessário superá-los e seguir em frente. Ela pediu união e superação das diferenças pelo bem do país. “Devemos, nessa hora, estar acima das diferenças menores, colocando em segundo plano os interesses individuais ou partidários”, declarou. Ela disse ainda que nenhuma dificuldade a fará abrir mão da “alma e do caráter” de seu governo, que é a criação de oportunidades iguais para a população.

Dilma defendeu seus governos e os do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Fomos capazes de tirar milhões de pessoas da pobreza e elevar outros milhões aos padrões de consumo da classe média”, afirmou. Ela disse também que o país precisa voltar a crescer para garantir educação de qualidade, mas que o Brasil tem experiências bem-sucedidas.

Dilma encerrou a mensagem fazendo referência ao 7 de Setembro que, segundo ela, é a data em que o Brasil honra seus heróis. De acordo com a presidente, o país deve ser firme “na defesa da maior conquista alcançada e pela qual devemos zelar permanentemente: a democracia e a adoção do voto popular como método único de eleger nossos governantes e representantes”.

“Somos todos lutadores pela independência do Brasil”, finalizou Dilma no vídeo de oito minutos de duração.

Com receio de novos panelaços, a presidente não fez o tradicional pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão e só se dirigiu aos brasileiros pelas redes sociais.

Desfile com protestos
A presidente encontrou o vice-presidente Michel Temer (PMDB) na manhã desta segunda-feira (7) no camarote destinado às autoridades na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, onde ocorreu o desfile comemorativo ao Dia da Independência. O ato também foi marcado por diversos protestos contra e a favor o governo da petista.

Distantes do local onde estavam as autoridades, manifestantes usaram bonecos infláveis de Dilma e do ex-presidente Lula Inácio Lula da Silva.