A deputada gaúcha Manuela d’Ávila (PCdoB) passou pela experiência no final de dezembro. Mãe de Laura, de quatro meses, Manuela levou a menina para uma sessão extraordinária na Assembleia Legislativa, onde ficou mais de 12 horas.
A imagem da deputada Carolina Bescansa, do partido de esquerda Podemos, com seu filho Diego de sete meses nos braços durante a abertura da legislatura foi destaque em todos os meios de comunicação espanhóis e motivo de comentários em jornais e redes sociais.
O debate levantado foi se a decisão de Bescansa é uma reivindicação do direito a conciliar a vida familiar e profissional ou um simples gesto para conseguir notoriedade para seu partido, uma legenda nova que se tornou a terceira maior bancada na Câmara. Sobre este fato se manifestaram diversos políticos, começando pelo presidente do Congresso, o socialista Patxi López, que reconheceu que não gostou da cena – inclusive a chamou de “anedota” – e lamentou que uma “opção pessoal” se transforme em “categoria geral”.
No entanto, o líder do partido socialista PSOE, Pedro Sánchez, declarou que a deputada do Podemos “está em seu direito de fazer o que fez”. A própria deputada defendeu a decisão de levar seu filho ao parlamento e de amamentá-lo na cadeira parlamentar porque, em sua opinião, quando se cria um bebê, é preciso ir com ele “a todas as partes”. Ela defendeu o direito de que todos tenham que criar seus filhos “como podem e querem”.
Outras deputadas lembraram que o Congresso tem uma creche para os filhos dos parlamentares e dos demais funcionários que trabalham na Câmara, uma situação que não se repete na maioria das empresas espanholas. A Federação de Mulheres Progressistas também considerou que o gesto de Bescansa lança uma mensagem “contraprodutiva, muito pouco afortunada e que causa muito prejuízo”, pois não se trata tanto de apostar na conciliação das atividades, mas na corresponsabilidade no cuidado dos filhos.
No entanto, muitos internautas elogiaram a postura da deputada porque, segundo sua opinião, contribuiu para chamar a atenção para a necessidade de promover a conciliação trabalhista.