Com a reforma política aprovada em outubro, os partidos deixarão de veicular no rádio e na TV as tradicionais propagandas partidárias. As propagandas em anos eleitorais, no entanto, continuarão a ser custeadas pelo Poder Público. O valor que era gasto com os anúncios será utilizado para criar 1 fundo eleitoral.
Com as novas regras, 2017 é o último ano em que as propagandas serão veiculadas.
Confiram as últimas inserções exibidas pelas 8 maiores siglas com representação na Câmara e fez 1 resumo do que cada legenda falou:
PT
O partido veiculou sua última propaganda em 12 de outubro. A legenda aproveitou seus 10 minutos para fazer críticas ao governo Temer e lembrar os“bons tempos” do governo Lula.
Nos primeiros 3 minutos da peça, são citadas as principais conquistas dos governos Lula e Dilma, como a criação do Bolsa Família e a expansão do ensino superior.
Para criticar a gestão Temer, o partido contrasta indicadores de suas gestões com dados do governo do emedebista.
Após críticas ao governo Temer, o ex-presidente Lula aparece como uma possível solução aos problemas enfrentados no Brasil.
“Nós, brasileiros, somos capazes e vamos dar a volta por cima. Mas isso não se faz tirando direitos, cortando aposentadoria, nem vendendo o país. Já provamos que crise a gente vence investindo nas pessoas, na educação, gerando emprego e renda, movendo a roda da economia”, disse Lula.
Também é criticado uma possível perseguição a Lula pela Justiça. O petista é réu em 6 processos e, se condenado na 2ª instância, ele pode ser impedido de concorrer às eleições pela Lei da Ficha Limpa.
“Agora, [depois de cortar direitos] eles querem até te tirar o direito de escolher 1 presidente, mas o povo não esquece que melhorou de vida justamente durante os governos do PT”, disse a senadora e presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
https://www.facebook.com/pt.brasil/videos/1516388621780841/
PSDB
Ainda sob a presidência interina do senador Tasso Jereissati (CE), a última propaganda partidária PSDB causou bastante polêmica. A inserção acusa o presidente da República, Michel Temer, de praticar 1 “presidencialismo de cooptação”.
“Presidencialismo de cooptação é quando 1 presidente tem que governar negociando individualmente com políticos ou com partidos que só querem vantagens pessoais e não pensam no país. Uma hora, apoia. Outra, não. E quando apoia, cobra caro”, diz o locutor do programa tucano.
“Agora, depois do mensalão, depois do petróleo, temos mais 1 presidente enfrentando grandes dificuldades para governar e unir os brasileiros. Será que basta mudar de governante? Será que não está na hora de mudar a maneira como se governa?”, diz outro trecho do programa.
O programa do PSDB foi produzido a partir do pensamento quase solitário de Tasso. Ele já havia provocado forte reação dos tucanos quando “teasers” da propaganda foram transmitidas em spots de 30 segundos na TV uma semana antes da transmissão ir ao ar.
Eis o programa que foi ao ar dia 17 de agosto de 2017:
Em entrevista ao Poder360, Tasso afirmou que houve “uma interpretação equivocada” do vídeo. Para o tucano o vídeo era uma defesa do parlamentarismo.
“É da história do nosso partido a defesa do parlamentarismo. E agora mais do que nunca. O presidencialismo de cooptação tem levado o Brasil, desde o fim da ditadura, a crise após crise”, disse Tasso.
DEM
Sem citar Michel Temer em seus 10 minutos de propaganda, o Democratas usou seu tempo de rádio e TV para exaltar medidas e reformas do governo. O partido é 1 dos principais aliados de Temer.
O programa é encabeçado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), o ministro da Educação, Mendonça Filho, o prefeito de Salvador, ACM Neto, e o senador e presidente da sigla, José Agripino Maia.
O presidente da Câmara é o destaque do programa. Rodrigo Maia diz que o Congresso vivia 1 de seus piores momentos quando assumiu o cargo e que o diálogo pacificou a instituição.
Esse clima mais ameno teria levado, segundo ele, à aprovação de medidas importantes para o país: o teto de gastos, reforma trabalhista e “ajuda aos Estados e municípios em crise”. “As mudanças na economia já estão dando resultados”, disse.
Outro fato a ser observado é uma mudança do DEM em se posicionar no centro do espectro político. O partido defende o fim da polarização no país, “com novos espaços de diálogo”.
“O nosso maior desafio hoje é superar a crise e criar uma perspectiva de futuro para os brasileiros. Não tenho dúvida que isso é possível com diálogo e equilíbrio”, diz Maia.
PSD
A última peça veiculada no ano foi a do PSD, em 21 de dezembro. Com 1 tom eleitoral, o protagonista do partido foi o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. O vídeo tem 10 minutos e Meirelles aparece em 9 deles.
O ministro é cotado como possível candidato ao Planalto pelo PSD, mas nega que seja candidato. Na peça, o ministro está descontraído, sem paletó e gravata, e vai muito além dos discursos sobre a situação fiscal do país.
Em entrevista coletiva, Meireles negou 1 tom eleitoral do programa partidário. Apesar da negação, as frases ditas por Meirelles na inserção dizem o contrário. Eis os principais trechos:
“Trabalhar a favor do Brasil é a vocação de Henrique Meirelles”;
“Durmo pouco e trabalho muito, gosto de trabalhar”;
“Temos que ficar atentos, populismo e os populistas fazem mal ao país”;
“O Brasil não quer mais saber de aventuras”;
“Eu tenho andado pelo Brasil e conversado com as pessoas. Eu sei que não está fácil pagar a conta de gás e luz, mas a comida está mais barata, por exemplo”.
Assista ao programa partidário do PSD:
O destaque de Meirelles no vídeo é uma estratégia da legenda para alavancar sua popularidade. O ministro também intensificou suas ações nas redes sociais. Passou até a imprimir uma logomarca pessoal ao postar gráficos e informações sobre economia em seu perfil no Twitter.
De acordo com uma pesquisa do DataPoder360, 27% dos brasileiros dizem que não o conhecem. Outros 25% não souberam responder quem era Meirelles. Ou seja, mais da metade dos brasileiros é praticamente indiferente ao ministro.
PR
Um programa por mais direitos para mulheres. Foi esse o tema debatido durante a última propaganda do PR, veiculada em 7 de dezembro.
O vídeo, composto apenas por mulheres, teve a participação de algumas deputadas do partido falando sobre os problemas enfrentados pelas brasileiras.
“Nós precisamos de 1 Congresso que não tenha medo de legislar em favor da mulher e que não retira os direitos conquistados pelas mulheres nos últimos ano”, disse a deputada federal Magda Mofatto (GO).
Eis o vídeo:
PP
“Na política, o caminho: é menos ideologias avançadas, mais engajamento”. Esse é o pontapé inicial da propaganda do Partido Progressista. A legenda tem a 3ª maior bancada na Câmara, com 52 deputados.
Durante a inserção falam diversos caciques e personagens fortes dentro do partido, como o senador e presidente do PP, Ciro Nogueira, e os ministros Blairo Maggi (Agricultura) e Ricardo Barros (Saúde).
Todos os presentes no vídeo aproveitam seu tempo para falar dos trabalhos de suas pastas desenvolvidos ao longo do ano, sem adendos.
Eis o programa que foi ao ar em 2 de novembro:
PSB
O PSB usou seu tempo de propaganda para exaltar os governos de qual faz parte e fazer críticas a Michel Temer.
Falaram os governadores da Paraíba, comandado por Ricardo Coutinho; Pernambuco, com Paulo Câmara; DF, governado por Rodrigo Rollemberg; o vice do governo de São Paulo; Márcio França, a deputada federal Janete Capiberibe (AP) e outros líderes do partido.
A sigla também critica a privatização da Eletrobras e da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), ainda em debate pelo governo Temer.
“Temer quer vender a Eletrobras e Chesf por uma pechincha. Entrega junto a segurança hídrica do nordeste e suas chances de superar a desigualdade regional. Diga não há mais esse desmonte do estado brasileiro”, diz o locutor do programa.
Eis a inserção que foi ao ar dia 12 de dezembro de 2017:
PMDB
“Agora o movimento é pelas reformas”, foi como se iniciou a última propaganda partidária do PMDB (atual MDB), que foi ao ar em 28 de novembro de 2017.
A inserção da sigla teve como base índices econômicos e a delação da JBS, com falas do presidente Michel Temer, do presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), e dos senadores Romero Jucá (RR) e Marta Suplicy (SP).
Jucá criticou os petistas durante a propaganda. Segundo ele, o “PT deixou de ser 1 representante importante para a política e a democracia no Brasil para se transformar em 1 grupo cujo único ideal era o de se manter no poder”.
Durante a inserção é usado o slogan “tiramos o país do vermelho”, em alusão ao PT, mesclado a indicadores econômicos que tiveram melhora com a atual administração.
Sobre a gravação da conversa do delator da JBS, Joesley Batista com o presidente Temer, o partido se defende dizendo que tudo não passou de “uma perseguição”.
“Além de atentar contra a honra do presidente, a falsa prova provocou uma das maiores crises políticas, paralisando uma agenda política positiva e importantíssima para a recuperação do país”, disse o vídeo.
Fonte: Poder 360
Créditos: Poder 360