Tensão mundial

UCRÂNIA X RÚSSIA: Entre repúdio, condenação e até neutralidade, confira o que pensam os pré-candidatos a presidente da República acerca da guerra que assusta o mundo

O mundo está em choque desde o dia 24 de fevereiro quando tropas russas começaram a invadir e atacar cidades da Ucrânia a mando do presidente russo Vladimir Putin. A guerra, que é considerada como “operação militar especial” pelos russos, chegará ao seu décimo dia neste sábado (5).

Muitos líderes mundiais condenam os ataques russos. Para eles é inconcebível o exercício de uma guerra em pleno século 21. A Rússia vem sofrendo sanções pesadas, principalmente do espectro econômico, na tentativa de diminuir o poderio do país.

E assim como várias lideranças mundiais, lideranças brasileiras também se manifestaram acerca dos conflitos no leste europeu. Um levantamento realizado pelo Polêmica Paraíba mostra que os atuais 11 pré-candidatos à presidência da República se manifestaram publicamente acerca da invasão russa em terras ucranianas, principalmente em suas redes sociais.

Confira o que disseram cada um deles, exibidos por ordem alfabética:

Alessandro Vieira (Cidadania)

O senador Alessandro Vieira (SE) disse que “retomamos um ciclo histórico onde tigres ocupam o comando de grandes potências” e que “as consequências para o mundo podem ser dramáticas”. Ele prestou solidariedade aos ucranianos. A publicação foi feita no dia 24.

Alessandro disse ainda que um futuro posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) seria irrelevante no exterior.

André Janones (Avante)

O deputado federal André Janones (MG) publicou uma mensagem urgente já nos primeiros minutos da madrugada do dia 24, quando foram iniciados os ataques russos. Ao longo do dia, ele fez diversas postagens acerca dos acontecimentos.

Em uma delas, condenou os ataques: “São inaceitáveis e condenáveis em todos os níveis. A soberania da Ucrânia deve prevalecer, o mundo sequer superou a guerra contra a COVID, e agora mais do que nunca precisa de paz para se reestabelecer”.

Ciro Gomes (PDT)

O ex-governador do Ceará publicou, também no dia 24, que “no mundo atual não existe mais guerra distante e de consequências limitadas”. Ele afirmou que o governo brasileiro é “frágil, despreparado e perdido”.

Ele previu que “o desequilíbrio na ordem internacional pode gerar efeitos de um outro tipo de pandemia, em especial neste Brasil hoje tão vulnerável”.

Felipe d’Avila (Novo)

O empresário e cientista político Felipe d’Avila afirmou que o presidente russo Vladimir Putin é um “populista autoritário”. Na sua visão, as democracias do Ocidente precisam se unir para conter a ameaça.

Na mesma postagem, publicada também no dia 24, ele lançou um vídeo falando que Putin vem criando instabilidade na Europa há anos. “Só se para populista autoritário quando ele sente que as democracias estão preparadas para usar a força para conter a sua expansão”.

Em outra postagem, criticou Bolsonaro, por ter se demonstrado solidário a Putin dias antes das invasões e o ex-presidente Lula, por até aquele momento, não ter se manifestado sobre.

Jair Bolsonaro (PL)

O presidente Jair Bolsonaro esteve na capital russa dias antes do presidente Putin autorizar a invasão. No dia 16 de fevereiro, em encontro entre os dois, o mandatário brasileiro afirmou que o Brasil era “solidário” à Rússia e que os dois países tinham muito a colaborar no âmbito econômico.

Já após o início dos ataques, o presidente disse, no último domingo (27), em entrevista coletiva, que o país irá adotar um posicionamento neutro em relação à invasão, alegando que não quer “trazer as consequências do embate para o país”. Ainda, falou que é exagero falar em “massacre” na tensão envolvendo os países.

Em posicionamentos na Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil tem condenado a guerra na Ucrânia.

João Doria (PSDB)

O governador de São Paulo condenou o avanço russo em terras ucranianas. No dia 24, primeiro dia de ataques, Doria disse que “guerra nunca é resposta a nada”. Ainda acrescentou que “ninguém ganha quando a violência substitui o diálogo”.

Leonardo Péricles (UP)

Pré-candidato a presidente pelo Unidade Popular, Leonardo se manifestou um dia depois, na sexta-feira (25). Ele escreveu que é contra a “guerra imperialista”, citando que interesses dos Estados Unidos e da União Europeia.

“Defendemos a paz e a autodeterminação dos povos. Por isso, consideramos uma ocupação militar inaceitável”, falou. Ele citou ainda que o governo ucraniano é fascista e prestou solidariedade à classe trabalhadora e ao povo do país.

Lula (PT)

O ex-presidente Lula foi mais um pré-candidato a condenar a guerra. Ele afirmou que a humanidade não precisa de guerra e que ninguém pode mais concordar com conflitos bélicos.

“Ninguém pode concordar com guerra, ataques militares de um país contra o outro. A guerra só leva a destruição, desespero e fome. O ser humano tem que criar juízo e resolver suas divergências em uma mesa de negociação, não em campos de batalha”, publicou no dia 24.

Rodrigo Pacheco (PSD)

Rodrigo Pacheco, na figura de presidente do Congresso Nacional, divulgou nota no primeiro dia de conflitos, manifestando preocupação com as consequências que a guerra pode trazer. Ele ainda pregou o diálogo como solução da tensão entre ucranianos e russos.

“A exemplo de toda a comunidade internacional, acompanhamos com crescente preocupação o agravamento do conflito entre Rússia e Ucrânia. Consoante a política externa brasileira, que historicamente tem-se orientado pela busca da paz e pela solução negociada dos conflitos internacionais, como presidente do Congresso Nacional e, em nome de meus pares, reafirmamos a necessidade de um diálogo amplo, pacífico e democrático com vistas a uma rápida solução negociada que contemple os legítimos interesses das partes envolvidas”, diz trecho da nota.

Sergio Moro (Podemos)

O ex-juiz federal Sergio Moro repudiou o ataque russo à Ucrânia, e em mensagem curta, disse que “a paz sempre deve prevalecer”.

“Repudio a guerra e a violação da soberania da Ucrânia. A paz sempre deve prevalecer”, escreveu, no dia 24.

Simone Tebet (MDB) 

A senadora Simone Tebet (MS) disse, também no dia 24, que os impactos da guerra na Ucrânia já começaram a serem sentidos nos demais países, citando como exemplo a queda nas bolsas de valores.

Ela ainda cobrou assistência do governo federal no trabalho de resgate brasileiros que residem em solo ucraniano.

“O governo federal precisa deixar claro que nosso respeito é à soberania e aos princípios de não intervenção territorial e que estaremos lutando por uma solução de paz, através do diálogo e da diplomacia”, escreveu.

Carta conjunta

Ainda, quatro pré-candidatos divulgaram na última terça-feira (1º) uma carta conjunta repudiando os ataques russos e cobrando um posicionamento do governo brasileiro para que se una em defesa da Ucrânia e por uma solução pacífica do encontro. A carta foi assinada pelos pré-candidatos Felipe d’Avila, João Doria, Sergio Moro e Simone Tebet.

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Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba