O presidente americano Donald Trump é combativo e aprecia os momentos de exibição: na quarta-feira à noite, no momento em que a Câmara de Representantes votava o seu impeachment, ele participava de um comício em Michigan e teve as duas coisas.
Ironias do destino, um evento na pequena cidade de Battle Creek, planejado há alguns meses, coincidiu com a data de aprovação de sua acusação em Washington. De fato, a histórica votação na Câmara de Representantes aconteceu enquanto o presidente discursava para 7.000 simpatizantes.
Nada mais gratificante para alguém que precisava desafogar sua ira contra os rivais democratas, contra os meios de comunicação e todas as forças que, segundo ele, conspiram contra seu governo.
Trump não compareceu ao comício como um presidente contra as cordas. Ele exibiu sua típica energia e piadas, mas desta vez mais irritado.
Acusou os democratas de uma ação baseada no ódio e de “tentar anular os votos de 10 milhões de patriotas americanos”, declarações que foram recebidas com aplausos.
“Eles estão tentando o impeachment desde o primeiro dia. Eles tentam o impeachment desde antes da candidatura”, disse.
Controlada pela oposição democrata, a Câmara transformou Trump no terceiro presidente na história dos Estados Unidos a ser submetido à humilhação de um julgamento político.
Mas Trump demonstrou que estava feliz ao lado de seus simpatizantes. A multidão riu de suas piadas, vaiou quando ele pediu e o aplaudiu em vários momentos.
“Prefiro estar aqui. Estes comícios são ótimos. Vocês são uma inspiração”, declarou. “Mais quatro anos, mais quatro anos”, respondeu a plateia.
O presidente republicano acredita que o processo de impeachment vai impulsionar sua reeleição em novembro de 2020, criando uma onda de indignação na direita capaz de derrotar a oposição de esquerda.
Embora as pesquisas mostrem que mais da metade do país desaprova sua administração, Trump acredita que vencerá nos estados com maior peso no colégio eleitoral, como Michigan.
Trump destacou o bom desempenho da economia e citou os gastos militares, mas usou como principal trunfo suas teorias da conspiração que, segundo ele, buscam humilhar os cidadãos comuns.
E reiterou sua lista de inimigos, com os já conhecidos apelidos, como o “suspeito Schiff”, em referência ao líder da bancada democrata na Câmara de Representantes Adam Schiff, ou “Hillary desonesta”, em referência a Hillary Clinton, a rival que derrotou na eleição presidencial de 2016.
Também atacou a imprensa “mentirosa” e pediu a retirada de uma mulher que exibiu um cartaz contra ele.
O presidente voltou a afirmar que o julgamento político não tem importância.
“Não estou preocupado”, disse à multidão. “Não sei vocês, mas eu estou me divertindo”.
Fonte: Yahoo!
Créditos: Yahoo!