Michel Temer terá mais dificuldades do que supunha para garantir que a maioria dos integrantes da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara vote contra a denúncia oferecida por Rodrigo Janot. Além do PSDB, que tem sete deputados no colegiado e estima que, hoje, apenas um esteja disposto a votar a favor de Temer, há defecções no “centrão” e até no PMDB, partido do presidente. O PSD, por exemplo, tem cinco deputados na CCJ e conta três votos a dois pró-Temer, com viés de baixa.
Aliados informaram ao presidente que o cenário inspira cuidados. A estratégia de Janot de fatiar as denúncias é vista como matadora para Temer. Na prática, admitem, a PGR conseguiu minar o capital político do peemedebista.
A CCJ não tem função determinante na aceitação da denúncia, mas oferece um panorama do tamanho da batalha que Temer terá que travar para se manter no Planalto com o aval do plenário da Câmara.
Há forte resistência entre os deputados à suspensão do recesso para a rápida votação da denúncia, como quer o Planalto. Temer foi avisado de que, se quiser encerrar o assunto ainda em julho, terá que apresentar sua defesa à CCJ até terça (4).
O PMDB quer um deputado de perfil moderado para a relatoria do caso na CCJ. Busca um nome firme, mas sem apego aos holofotes. Sergio Zveiter (PMDB-RJ) e José Fogaça (PMDB-RS) surgem como opções.
Fonte: Uol