O futuro presidente Michel Temer fica muito irritado toda vez que a presidente Dilma afirma que o processo de impeachment é obra de golpistas, conspiradores e traidores. Um dos três mosqueteiros — Moreira Franco, Eliseu Padilha e Geddel Vieira Lima — relata que o atual vice considera que não merece esse tipo de ataque de natureza pessoal. Segundo aliados, sua reação na última segunda-feira (18 de abril) foi de indignação.
— O golpe é um golpe baixo — teria dito a propósito do discurso da presidente Dilma se referindo, indiretamente, a ele como traidor e golpista.
Um dos assessores diretos de Temer avalizou sua reação, no dia seguinte ao discurso da presidente, dizendo que ele não poderia assumir um papel de “paspalho” diante da tamanha agressão. O vice saiu de seu silêncio para declarar: “Cada passo do impeachment está de acordo com a Constituição”. E, em seguida, perguntar: “Como isso poderia ser chamado de golpe?”.
Foi também por esse motivo que Temer e sua equipe articularam várias entrevistas para veículos de imprensa e agências internacionais de notícias. O objetivo foi o de aplicar uma vacina caso a presidente Dilma dissesse, hoje na ONU, que era vítima de um golpe. E que esse tivesse sido tramado pelo Vice-Presidente da República.
Os principais aliados de Temer acreditam que esse tipo de ataque vai continuar e que será preciso reagir nas tribunas, nos palanques, na imprensa e nas redes sociais.
Fonte: O Globo