Romero Jucá, Eliseu Padilha e Henrique Eduardo Alves estão com o vice
BRASÍLIA — O vice-presidente Michel Temer passou o dia cercado de aliados que acompanhavam, do Palácio do Jaburu, a sessão que analisou o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Estirados em um grande sofá de tecido bege em uma sala no subsolo da residência oficial do vice, peemedebistas vibravam a cada voto “sim” transmitido na televisão de 50 polegadas.
Ao seu lado, os ex-ministros do governo Dilma Eliseu Padilha e Henrique Alves, além dos ex-deputados Sandro Mabel e Tadeu Filipelli. Conforme avançava a votação e se confirmava o abismo de votos a favor do impeachment, aliados que trabalharam arduamente para aprovar o processo, como o senador Romero Jucá (PMDB-RR), se dirigiam à residência. Após votarem, deputados também começaram a desembarcar no Palácio do Jaburu, que esperava receber dezenas de parlamentares na noite deste domingo.
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– Champanhe, só depois de o Senado aprovar. Não se pode comemorar por antecedência – disse um dos presentes.
Estavam todos a postos para garantir o maior número possível de votos a favor do impeachment e enfraquecer um dos pontos centrais de estratégia do governo, que consistia em forçar ausências para que a oposição não atingisse os 342 necessários. Aviões foram disponibilizados para aqueles que não conseguissem voar até a capital, mas, segundo peemedebistas, não foi preciso usá-los.
Nas contas do grupo de Temer, antes da votação, já haviam garantidos 373 votos a favor do impeachment. Ao lado de Temer, Eliseu Padilha acompanhou voto a voto a confirmação de cada deputado em sua planilha. Teve três surpresas agradáveis. Somente era interrompido por Michelzinho, o filho de sete anos do vice-presidente. A vice-primeira dama, Marcela Temer, não se juntou ao grupo e permaneceu no andar superior da residência durante toda a tarde com a mãe, que veio a Brasília especialmente para acompanhar o grande momento do genro.
Por cuidado, Temer decidiu não dar entrevistas.
Já a presidente Dilma Rousseff acompanhou a votação do impeachment no Palácio do Alvorada com seu principal auxiliar, o assessor especial Giles Azevedo, o ministro chefe de gabinete, Jaques Wagner, o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, e os governadores Tião Viana (PT- AC), Valdez Goes (PDT-AC) e Camilo Santana (PT-CE). O ex-presidente Lula passou a maior parte do dia com Dilma, mas voltou para o hotel que se transformou em seu QG pouco antes da votação. O ex-presidente retornou ao Alvorada quando 113 votos já haviam sido computados e o deputado Elizeu Dionizio (PSDB-MS) votava sim, encerrando sua fala com o jargão “tchau, querida”. Nesse momento, estavam todos calados dentro do Alvorada, concentrados, fazendo as contas dos votos.
Fonte: folha
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