contradizendo boatos

Temer diz que relação com Rodrigo Maia está ‘muito bem’ e ‘tranquila’

O presidente Michel Temer disse, neste sábado, que a relação com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), está “muito bem” e tranquila”. A quatro dias da votação no plenário da Casa da segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Temer, o peemedebista fez elogios a Maia e afirmou que não há qualquer ato do parlamentar que tenha sido prejudicial ao governo.

— (A relação está) Muito bem, muito bem. Tranquila. É uma relação de muito respeito, respeito institucional. O Rodrigo exerce suas funções com muita propriedade, baseado na Constituição e no regimento interno da Câmara dos Deputados. É um verdadeiro magistrado em todas as questões, pelo menos algumas de influência política — disse Temer, após participar de evento na cidade de Miranda, em Mato Grosso do Sul.

Desde o início do mês, a relação entre Maia e Temer tem enfrentado atritos. O momento de maior desgaste entre os dois ocorreu no último fim de semana, após a divulgação de vídeos dos depoimentos da delação premiada do doleiro Lúcio Funaro no site da Câmara, que mostram acusações do delator contra Temer.

Os vídeos foram publicados junto com uma série de documentos que integram a denúncia contra o presidente e os ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, todos do PMDB. Até mesmo o celular pessoal de Temer foi tornado público. O presidente é acusado de obstrução à Justiça e organização criminosa.

— Nas questões que dizem interesse ao país, ele (Rodrigo Maia) tem sido colaborador extraordinário com o nosso governo. Não há um ato qualquer que seja prejudicial ao governo. Ao contrário, em todos os momentos ele age para fazer aprovar as matérias que apresentamos e que são de interesse do país. É um homem vocacionado para a vida pública — afirmou Temer.

O presidente evitou responder sobre a denúncia, prevista para ser votada no plenário da Câmara na próxima quarta-feira. Em uma vitória para Temer, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa aprovou na última quarta parecer contrário à acusação da PGR.

— Isso eu vou deixar para a câmara dos deputados. A Câmara decide — disse.

AGENDA AMBIENTAL EM MATO GROSSO DO SUL

Temer participou, neste sábado, de evento em Mato Grosso do Sul, onde assinou um decreto que autoriza transformar parte do valor das multas ambientais em em ações como reflorestamento de áreas. O ato ocorreu na cidade de Miranda, na região Pantanal, durante o II Encontro Carta Caiman.

A primeira versão da Carta Caiman foi assinada em 2016, quando criou políticas de integração pelo desenvolvimento e proteção do Pantanal. Durante a tarde deste sábado, foram apresentados às autoridades os resultados do plano de trabalho que definiu a unificação das ações entre estados que abrangem o Pantanal.

No evento, Temer ressaltou ainda que o Brasil tem “conseguido voltar à boa trajetória da queda do desmatamento na Amazônia”, e disse que o governo vai continuar trabalhando para promover feitos pela conservação ambiental — como a ampliação da Chapada dos Veadeiros, assinada em 5 de junho, que passou de 65 mil para 240 mil hectares de área contínua.

“Na semana passada, sancionamos a lei que estabelece o cálculo do PIB Verde, que contabilizará todo o patrimônio ecológico brasileiro”, escreveu o presidente em sua conta oficial do Twitter.

“Do mesmo modo, fizemos questão de que fosse o Brasil um dos primeiros países a ratificarem o Acordo de Paris sobre mudança climática”, acrescentou.

Também foram debatidos no encontro a integração entre políticas de gestão das águas, meio ambiente e turismo. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, estão entre os compromissos assumidos pela Carta Caiman promover celeridade à aprovação da Lei do Pantanal, assegurando proteção e uso sustentável do bioma; estabelecer um mecanismo de regulação para implementação de pagamento por serviços ambientais; rever os plantios de monoculturas e assegurar o modelo de conservação da Reserva da Biosfera.

Fonte: O Globo