Temer defende corte de despesas e descarta aumento de impostos

Vice-presidente disse seria a última hipótese

imageApós se reunir com a presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira, o vice-presidente Michel Temer afirmou ser contra qualquer aumento de tributo. O peemedebista ressaltou, porém, que irá conversar com os governadores sobre a elevação da Cide (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico), que aumenta o imposto sobre combustíveis.

– Eu tenho sustentado o corte de despesas. Eu acho que é isto que a sociedade quer. As pessoas não querem, no geral, qualquer aumento de tributo. Aumento de tributo é só em última hipótese, descartável desde já – defendeu.

Segundo Temer, o aumento da Cide seria um “remédio menos amargo” para recuperar a economia e beneficiar a União e os estados.

– Quando se fala em remédios amargos tem que ser, digamos assim, o menor dos remédios amargos. Eu me impressionei muito com a argumentação do professor Delfim Neto, que sustenta a tese da Cide. A argumentação dele é exatamente esta: que de um lado traz recursos para a União, e também traz recursos para os estados – disse Temer.

Nessa segunda-feira, em discurso de Sete de Setembro publicado na internet, Dilma afirmou que “remédios amargos” seriam “indispensáveis” para a economia.

Oficialmente fora da articulação política do governo, Temer foi chamado nesta terça-feira pela presidente Dilma para tentar afinar o discurso com a base aliada e evitar a aprovação das chamadas pautas bombas na Câmara.

Antes de se reunir com a petista, Temer conversou com líderes da base aliada e pediu para que eles não aprovem o projeto do deputado André Figueiredo (PDT-CE) que altera a Medida Provisória do seguro-desemprego causando um impacto de R$ 818 milhões, segundo o Ministério do Planejamento.

O governo quer também conseguir aprovar a urgência de uma proposta alternativa que reajusto o salários dos servidores do Judiciário em 23%.

Perguntado se voltou para a articulação do governo, Temer reafirmou que cuida apenas da macropolítica.

– Eu estou fazendo a macro-coordenação. Eu não faço mais varejo. Quando há necessidade, a presidente me chama, hoje ainda me pediu que fizesse uma reunião de líderes para examinar o ambiente político da semana. Eu voltei apenas para essa macropolítica e nada mais do que isso.