Após o líder do governo do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), anunciar nesta quarta-feira (13) que a votação da reforma da Previdência ficará para fevereiro de 2018, o Palácio do Planalto divulgou uma nota na qual informou que o presidente Michel Temer ainda definirá com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), a data da votação.
O anúncio de Jucá foi às 17h05 desta quarta. A nota do Planalto foi divulgada às 18h52.
Segundo a colunista do G1 Andréia Sadi, o anúncio de Romero Jucá sobre a votação da reforma da Previdência irritou a cúpula do Planalto.
De acordo com o colunista do G1 e da GloboNews Gerson Camarotti, o Planalto avalia que Jucá “atropelou” o governo porque a estratégia era guardar o anúncio para esta quinta (14), evitando o esvaziamento do debate.
O anúncio de Jucá
Por meio da assessoria, Jucá informou que a votação ficou para fevereiro.
Minutos depois, o senador chamou a imprensa para uma entrevista coletiva na qual disse que a decisão de deixar a votação para 2018 foi tomada após acordo entre Eunício e Maia, acrescentando que o Palácio do Planalto havia participado do entendimento.
Maia nega acordo
Questionado sobre o assunto após o anúncio de Jucá, Rodrigo Maia disse que não havia feito acordo e afirmou que conversará com Temer até esta quinta.
“Não fiz acordo com ninguém. Fiquei de conversar com presidente Michel entre hoje [quarta] e amanhã [quinta] para a gente avaliar se tem condição de votar amanhã ou não. Eu sempre disse que não é fácil”, disse.
Maia acrescentou, ainda, ter conversado com Eunício que a decisão sobre adiar ou não seja tomada em conjunto com Temer. “Como o presidente viajou, estou esperando o presidente voltar para que eu possa entender se o governo tem o número de votos necessários para votar a previdência já na próxima semana.”
Anúncio não cabia a Jucá, diz líder
O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que, na opinião dele, não cabe a Jucá ou a outro membro do governo definir a pauta de votações do Congresso. Para Ribeiro, a atribuição é dos presidentes da Câmara e do Senado.
“Essa definição de data deve ser feita por quem pauta e não é o governo que pauta. São os presidentes das casas. Eu, como líder do governo, não pauto o presidente da Câmara. Temos que esperar o presidente Temer, Maia e Eunício terem essa definição”, afirmou.
Temer em São Paulo
Mais cedo, nesta quarta, Temer passou por um procedimento cirúrgico urológico de pequeno porte no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Segundo a assessoria da Presidência, o período de recuperação de Temer é de até 48 horas.
De acordo com o Planalto, o presidente apresentava quadro de dificuldade urinária e diagnóstico de estreitamento uretral. Assim, teve de ser submetido a cirurgia, que “ocorreu com sucesso”, segundo a nota.
A Presidência informou, ainda, que Temer deverá retornar a Brasília nesta quinta (14).
Íntegra
Leia abaixo a íntegra da nota do Planalto:
Nota à imprensa
13/12/2017 – 19h
Após passar por procedimento cirúrgico em São Paulo na tarde de hoje, o presidente Michel Temer retornará a Brasília nesta quinta-feira (14), com liberação da equipe médica que o acompanha.
Ele espera ainda para amanhã a leitura da emenda aglutinativa do deputado Arthur Maia sobre a reforma da Previdência.
Somente depois disso, o presidente discutirá com os presidentes do Senado Federal, Eunício Oliveira, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, a data de votação da proposta.
Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República