Infiéis

Temer abre temporada de caça a deputados que votaram contra reforma trabalhista

O governo do presidente Michel Temer (PMDB) já iniciou uma varredura para identificar os dissidentes que votaram contra a reforma trabalhista na madrugada dessa quarta-feira (26).

O governo do presidente Michel Temer (PMDB) já iniciou uma varredura para identificar os dissidentes que votaram contra a reforma trabalhista na madrugada dessa quarta-feira (26). E a promessa é não aliviar a mão na hora de punir os infiéis. O objetivo é garantir que o mesmo não ocorra com a reforma da Previdência, considerada a maior medida econômica do governo.

Articuladores políticos do Palácio do Planalto iriam se reunir nessa quinta-feira (27) com Temer para mapear os traidores e retirar os cargos no governo que foram indicados por eles. Levantamento do portal de notícias G1 aponta que 86 parlamentares dos 415 que pertencem a siglas aliadas ao governo votaram contra a reforma trabalhista, ou seja, mais de 20% de infidelidade.

O texto-base da proposta foi aprovado na noite de quarta-feira por 296 votos a favor e 177 contra. A votação dos destaques varou madrugada a dentro, mas só uma das 17 propostas de mudança da matéria passou: a que muda as regras da penhora on-line.

Praticamente todos os partidos da base aliada registraram traições. O próprio PMDB, partido de Michel Temer, registrou sete deputados votando contra o projeto de autoria do Palácio do Planalto. Proporcionalmente, as maiores infidelidades ocorreram nas bancadas do Solidariedade (oito votos a favor e cinco contra o governo) e do PSB (16 votos contra e 14 a favor). Os dois partidos, contudo, já haviam orientado os deputados a votar contra a proposta.

Segundo o blog do jornalista Gerson Camarotti, do G1, um articulador político do governo lembrou que o PTN, que tem 13 deputados, tinha sido contemplado recentemente com cargos importantes, inclusive a Funai. Dos 12 parlamentares presentes à votação de quarta-feira, cinco rejeitaram a reforma trabalhista. “Dessa forma, não vamos aceitar. É preferível dar cargos para aliados que vão se comprometer com a reforma da Previdência”, disse o articulador ao blog.

A coluna Radar-on-Line, da revista “Veja”, afirma que Temer está furioso com o deputado Luciano Ducci (PSB-PR), que votou contra a reforma trabalhista e tem vociferado contra a reforma da Previdência. O parlamentar é responsável pela indicação a uma cadeira de destaque em Itaipu. “Vamos ter que ver isso aí”, teria dito Temer a um assessor.

Suape. Prestes a reassumir o controle do porto de Suape, federalizado na gestão Dilma Rousseff, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), já avisou que apoia a reforma da Previdência.

Bateu ponto. Os quatro ministros que foram exonerados por Temer para bater ponto na Câmara na quarta-feira, 26, para reforçar os votos favoráveis à reforma trabalhista já reassumiram suas respectivas pastas. As nomeações de Bruno Araújo (Cidades), Mendonça Filho (Educação), Fernando Coelho Filho (Minas e Energia) e Ronaldo Nogueira (Trabalho) foram publicadas no “Diário Oficial da União” (DOU) dessa quinta-feira (27). A exoneração de Nogueira foi decidida de última hora, no em meio a debates acalorados e protestos no Congresso.

Fonte: O Tempo