Ainda na ressaca de sucessivos escândalos que influenciaram os rumos da administração municipal, o município de Patos, no sertão da Paraíba, já vive na expectativa da eleição local do próximo ano. A cidade foi palco, no ano passado, da Operação Cidade Luz, que desarticulou uma organização criminosa responsável pelo desvio de verbas da prefeitura da cidade e afastou do cargo o prefeito Dinaldo Filho (PSDB) por suspeita de corrupção.
A cidade é administrada atualmente pelo prefeito interino Sales Júnior (PRB), presidente da Câmara Municipal que assumiu a cadeira de prefeito após a renúncia do vice-prefeito, Bonifácio Rocha. O vice exercia o cargo interinamente desde o afastamento do titular do cargo, em agosto de 2018.
Apesar da crise, os mesmos atores políticos de outrora devem protagonizar o debate das eleições municipais em 2020. Além do desfecho das investigações, outra grande dúvida que se estabelece é sobre quem receberá o apoio do Governo do Estado para disputar a eleição do próximo ano, já que dois deputados da base governista deverão estar na disputa.
O médico e deputado estadual Érico Djan (PPS) foi o parlamentar mais votado do município em 2018, com 4.626 votos (31,47%). Ele é visto como candidato natural na próxima eleição, sendo apontado como um dos favoritos no pleito. Discute-se na cidade a possibilidade de Érico vir a receber apoio de outras lideranças municipais na disputa que se avizinha. Atualmente, o parlamentar compõe o grupo conhecido como G10, na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), e pode vir a receber apoio do governo estadual em uma provável disputa.
O ex-prefeito e deputado estadual Nabor Vanderley (PRB) é um dos nomes mais citados quando o assunto é sucessão municipal na cidade. Ele governou Patos por dois mandatos consecutivos (2005 – 2012) e foi o segundo deputado mais votado da cidade na última eleição. Atualmente, Nabor faz parte da base governista na Assembleia, compondo o blocão, grupo de deputados que dão sustentação ao governo de João Azevedo (PSB) no legislativo.
O prefeito afastado, Dinaldo Filho também estará, de alguma maneira, na disputa, mesmo estando atualmente afastado do cargo de prefeito. De família tradicional, a força política que ele representa não pode ser desprezada. O grupo também contará com o apoio do patriarca e ex-prefeito Dinaldo Vanderley, que governou Patos entre 1997 e 2004. Nesse meio também consta o nome do ex-candidato a deputado estadual Gustavao Vanderley, que não obteve êxito na campanha estadual. O grupo pode compor com outras correntes políticas da cidade.
Outro que pode concorrer na próxima eleição municipal é o ex-prefeito e ex-vice prefeito da cidade, Lenildo Morais (PT), que assumiu o cargo de prefeito em 2016 após o afastamento de Francisca Motta. Na época, a então prefeita foi afastada por determinação do Tribunal Regional Federal da 5ª região, suspeita de participação em um suposto esquema de irregularidades em licitações e contratos públicos. Se confirmar a candidatura, ele deve arregimentar para si o apoio de lideranças petistas do estado.
A vereadora licenciada Edjane Araújo, atual secretária do Desenvolvimento Social da cidade, também é apontada como provável candidata, e, se confirmar essa pretensão, pode receber apoios de lideranças do PDT, como a vice-governadora Lígia Feliciano e o deputado federal Damião Feliciano. Apoiando-se no discurso de renovação política, o médico Antônio Fausto (NOVO) também já admitiu a possibilidade de candidatura. Recentemente, foi aventado o nome do corretor de imóveis e ex-candidato a deputado federal, José Vieira Filho, o “Vieirinha”, como seu candidato a vice-prefeito.
O jornalista patoense Jamerson Ferreira comentou o cenário eleitoral da cidade. Ouça abaixo.
https://www.polemicaparaiba.com.br/brasil/sucessao-municipal-em-bananeiras-o-sao-joao-acabou-mas-a-fogueira-de-2020-ja-esta-em-chamas/
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba