O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin abriu inquérito para apurar se houve compra de votos na eleição que levou o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ) à presidência da Câmara dos Deputados, em fevereiro de 2015.
A abertura do inquérito foi um pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) com base na delação premiada de executivos do grupo empresarial JBS. Na delação, o ex-executivo Ricardo Saud afirma que o grupo pagou R$ 30 milhões em 2014 para ajudar a convencer deputados de que a eleição de Cunha seria a melhor opção “para fazer contraponto à então presidente Dilma Roussef”, segundo o delator.
A decisão sobre a abertura do inquérito foi emitida por Fachin no último dia 12.
Além do próprio Cunha, são alvo da investigação outros 17 políticos. Segundo o pedido da PGR, apenas três deles atualmente têm foro privilegiado no STF. São eles os deputados federais: Carlos Bezerra (MDB-MT), Mauro Lopes (MDB-MG) e José Priante (MDB-PA). Os outros 15, incluindo Cunha, não devem ser investigados pelo Supremo, segundo a PGR.
Fachin, no entanto, deixou a decisão sobre a remessa desses investigados à primeira instância do Judiciário para o futuro relator do inquérito no Supremo.
O ministro pediu na decisão que o STF faça um novo sorteio para escolher o relator dessa investigação. Segundo Fachin, apesar de ele ser o relator da delação da JBS, esse fato por si só não deve determinar que ele seja o responsável por todas as investigações com origem na delação.
Fachin é também o relator dos processos da Operação Lava Jato no Supremo mas, segundo o ministro, as suspeitas sobre a compra da eleição de Cunha à presidência da Câmara não têm relação com os desvios na Petrobras e, por isso, não há a obrigatoriedade de que o inquérito fique sob sua responsabilidade.
Ainda não foi definido quem será o relator do inquérito no Supremo.
Fonte: Uol
Créditos: Uol