O presidente Jair Bolsonaro (PSL) “deveria se afastar da Presidência da República por no mínimo 30 dias para se recuperar totalmente da cirurgia” realizada na última semana, quando foi submetido a um procedimento invasivo para a retirada da bolsa de colostomia. Essa é a opinião do médico paraibano Agripino Joaquim de Melo, especialista em cirurgia no aparelho digestivo.
O novo boletim médico divulgado pelo Hospital Albert Einstein nesta quinta-feira (07), aponta que o presidente Bolsonaro teve episódio isolado de febre e apresentou um quadro de pneumonia. A constatação foi feita pela equipe médica que cuida de Jair. A informação causou preocupação. Nas redes sociais, internautas expressaram tristeza e expectativa sobre a evolução do quadro clínico do capitão.
Apesar de considerar que o presidente deveria buscar um repouso maior após a cirurgia, Dr. Agripino Joaquim de Melo enfatizou que os sintomas apresentados no boletim médico estão dentro do que é esperado para o pós-operatório. ‘Esse tipo de cirurgia se minimizou muito, mas é uma cirurgia muito complicada, e ainda mais ele que foi operado três vezes. Então se passou a ideia de que seria algo simples, mas não é. É uma cirurgia passível de complicações, mas isso está dentro de um contexto que era esperado. Vamos torcer que ele se recupere, mas não é algo rápido’, ponderou o médico.
Dr. Agripino explicou que após a pneumonia o presidente ainda pode ficar pelo menos 10 dias internado no hospital. Ele explicou que a preocupação maior, nesse caso, é averiguar se houve algum material intestinal vazado para dentro da barriga do presidente, o que poderia trazer complicações e abrir a possibilidade para uma nova intervenção cirúrgica.
‘É como você pegar dois canos, emendar e começar a vazar de novo. Se isso acontecer tem que colocar a colostomia para fora de novo, aí a recuperação é mais complicada, mas parece que na parte intestinal está tudo bem. Isso dentro de um contexto que é esperado’, disse Dr. Agripino.
O médico ressaltou que, apesar das preocupações, o presidente tem um bom vigor físico e muita saúde, o que deve facilitar o processo de recuperação. ‘Ele tem um bom vigor físico, então acho que ele vai se recuperar. A idade dele é um complicador, mas ele tem uma saúde aparentemente boa, o que também ajuda’, pontuou Dr. Agripino.
Histórico
A cirurgia realizada em Jair Bolsonaro na última segunda-feira (27), foi o terceiro procedimento invasivo ao qual o presidente foi submetido desde que ele sofreu um atentado à faca dia 6 de setembro, ainda durante a campanha para o primeiro turno das eleições presidenciais. Na ocasião, ele fez a retirada da bolsa de colostomia e a reconstrução do trânsito intestinal.
O atentado foi cometido por Adélio Bispo, um ex-militante do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), no momento em que Bolsonaro era carregado nos braços por eleitores, em um ato político em Juiz de Fora (MG). A Polícia Federal ainda investiga quais foram as circunstâncias do crime. Já ficou comprovado, no entanto, que a agressão teve motivação política.
Na ocasião, Bolsonaro perdeu muito sangue e foi levado para a Santa Casa de Misericórdia, onde foi operado pela primeira vez. O presidente teve hemorragia e vazamento de fezes para a cavidade abdominal. Os médicos tiveram que agir rápido e cortaram cerca de 10 a 15 centímetros do intestino grosso lesionado.
Uma semana após a primeira cirurgia, o então candidato Jair Bolsonaro foi submetido a uma nova cirurgia por causa de uma obstrução no intestino delgado. Na ocasião, os médicos optaram por implantar no presidente uma bolsa de colostomia para depositar as fezes. Jair Bolsonaro passou 22 dias no hospital Albert Einstein e recebeu alta em seguida.
Após a terceira cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia, no último dia 27, o presidente Jair Bolsonaro já fez caminhadas e exercícios de fisioterapia para se recuperar e voltar a exercer plenamente suas funções na Presidência da República. O Palácio do Planalto montou um gabinete especial para que o presidente faça despachos enquanto estiver no hospital.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba