Contrariando as recomendações das autoridades de saúde, o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, anunciou nesta quinta-feira (14), um protocolo para uso da hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19 na Rainha da Borborema. O gestor preferiu seguir Bolsonaro, simpatizante do uso desse medicamento, consultou especialistas e se entusiasmou com as ‘vantagens’ para pacientes e para o sistema de saúde municipal.
Em recente reunião com o secretário Filipe Reul, da Saúde Municipal, Romero decidiu adotar o novo protocolo que prevê a prescrição da Hidroxicloroquina em pacientes com estágio inicial da Covid-19.
– Trata-se de um protocolo que tem apresentado resultados positivos em estados como Pará, Maranhão e Piauí, com notáveis vantagens para os pacientes e também por diminuir o risco de colapso ao nosso sistema de Saúde – argumenta Romero Rodrigues.
O secretário Filipe Reul explica a estratégia em Campina Grande. As pessoas com sintomas de Covid-19 que procurarem a UPA do Alto Branco – a porta de entrada do sistema na cidade – passarão a ser tratadas, nessa fase inicial, com um coquetel de medicamentos que inclui a Hidroxicloroquina.
Mesmo seguindo para o próximo estágio no fluxo de atendimento – o Hospital Pedro I, no bairro de São José -, o paciente continuará a ser medicado com o coquetel, sendo liberado para casa sob monitoramento da equipe da Saúde Municipal.
Segundo Filipe Reul, a vantagem imediata é que, por esse novo protocolo, o paciente acelera a cura e não ocupará por tempo demasiado os leitos de internação, numa bem vinda rotatividade neste momento de pandemia.
O secretário alerta, contudo, que a própria aplicação do coquetel, cuja estrela é a Hidroxicloroquina, só ocorrerá com base em alguns critérios, que levam em conta a não inclusão no rol dos contemplados as grávidas, cardiopatas e outras condições especiais de Saúde dos pacientes.
Hidroxicloroquina
Originalmente a droga é indicada para doenças como malária, lúpus e artrite, mas tem sido usada e estudada, em associação com outros medicamentos, para o tratamento da covid-19. Ainda não existe evidência científica que comprove a eficácia da medicação em pacientes diagnosticados com a covid-19.
O ministro da Saúde, Nelson Teich já se posicionou contra o uso da substância e disse que a pasta não recomendará o uso da cloroquina contra o coronavírus, por ainda não haver comprovação de sua eficácia. “É importante deixar claro que permitir o uso de qualquer remédio não representa uma recomendação do Ministério da Saúde. A recomendação vai acontecer, seja a hidroxicloroquina, seja qualquer outro medicamento, no dia em que a gente tiver uma evidência científica clara de que o medicamento funciona”.
Fonte: Polêmica Paraíba com Página 1 PB
Créditos: Polêmica Paraíba