depoimentos

Senadores se despedem de Maranhão na presidência da CCJ e fazem homenagens ao paraibano

"O que eu admiro no Senador José Maranhão é a inteligência", disse Valdir Raupp (PMDB/ RO

maranhaoCom o término do mandato do paraibano José Maranhão (PMDB) a frente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, senadores de vários partidos elogiam a postura dele e a desenvoltura com o trabalho. Leia trechos dos depoimentos de senadores sobre a condução de José Maranhão à frente da CCJ:

Antônio Anastasia (PSDB/MG): Aqui é o coração do Senado da República, e a presidência desta Comissão, com os diversos pontos de vista divergentes, é uma tarefa extremamente delicada e que Vossa Excelência cumpre com extremo carinho, com muita lhaneza no trato, com muita distinção e, da mesma forma, o Vice-Presidente, Senador Pimentel, quando o substitui. Foi uma honra para mim ter esse período aqui trabalhando na Comissão sob sua orientação e estender à Secretaria, Dr. Ednaldo e todos os que integram a Secretaria, os meus cumprimentos pelo trabalho sempre muito eficiente.

José Pimentel (PT/CE): Para mim não é nenhuma novidade, porque conheço V. Exª tanto lá da nossa Região Nordeste, mas em matérias muito difíceis aqui do Congresso Nacional, como foi o Orçamento da União para 2008, em que V. Exª era o nosso Presidente da Comissão Mista do Orçamento, um ano em que estávamos com o orçamento pronto para votar…E conseguiu conduzir com maestria, retirando R$40 bilhões do orçamento da União, e, junto aos Três Poderes, construindo um novo orçamento, com uma clareza de que o problema tinha surgido no Congresso Nacional. E V. Exª sempre nos dizia: cabe a nós resolvermos essa pendência. Da mesma forma, à frente da CCJ, nós tivemos, neste 2016, um ano muito difícil na política brasileira, momentos de embates, destituição de uma Presidência da República, com os graves problemas a que estamos assistindo. E é nesta Comissão, na nossa Comissão de Constituição e Justiça, onde esses temas terminam aparecendo com muita intensidade pelo seu próprio conteúdo. E V. Exª, conduzindo esses trabalhos, conseguiu transitar e passar esse 2016 da melhor forma possível nessa conturbação política em que nós vivemos. Portanto, se nós tínhamos um Presidente adequado para esse período difícil, nada melhor do que o meu amigo José Maranhão.

Simone Tebet (PMDB /MS) – V. Exª soube conduzir com maestria e com muito equilíbrio, em tempos difíceis, principalmente no ano de 2016, este ano, em particular. V. Exª com toda a paciência e experiência me conduzia para o caminho certo do equilíbrio, da parcimônia. Muitas vezes nos vendo exaltados, tinha a capacidade de manter a serenidade de cada um individualmente e da plenária como um todo. E fica para mim uma lição: aquele que sabe simplesmente faz, não precisa ficar falando. V. Exª é de poucas palavras, mas realmente de muito trabalho. E, quando realmente chama a atenção através da verbi, vem com palavras, acima de tudo, sábias. Muito obrigada pelo aprendizado e obrigada pelo trabalho nesses dois anos à frente da Comissão.

Alvaro Dias (PV/ PR) – Eu quero agradecer a forma como fui tratado por V. Exª nesta Comissão e a primazia que tive de relatar matérias importantes. Eu creio ser esta uma tarefa delicada de quem preside: designar relatores. Há, no Senado, uma queixa generalizada em relação a relatorias, porque há os relatores gerais da República nesta Casa também, que são sempre premiados com a relatoria de projetos importantes. Essa reclamação é uma rotina. E V. Exª, nesta Casa, procurou administrar isso com muita imparcialidade. Enfim, V. Exª agiu sempre com parcimônia, com imparcialidade, com inteligência e com muita elegância. Por isso, o nosso agradecimento e os nossos cumprimentos. Eu não tenho nenhuma dúvida em afirmar, Presidente, José Maranhão: V. Exª ficaria muito bem na cadeira de Presidente do Senado Federal a partir de fevereiro do próximo ano. Teria o nosso voto e o nosso apoio.

Gleisi Hoffmann (PT / PR) – Eu queria, na sua despedida da Presidência desta Comissão, parabenizá-lo pelo seu trabalho, pela sua produtividade. V. Exª deu uma dinâmica grande e forte aqui na Comissão. Isso foi muito importante. Agradeço a parceria que nós fizemos em alguns momentos, eu, como Presidente da CAE, e V. Exª, aqui, como Presidente da CCJ. Pelo menos por duas vezes houve reuniões conjuntas, que foram muito produtivas, debates muito importantes. Quero agradecer a V. Exª a confiança e parabenizá-lo pela sua tranquilidade, pelo seu equilíbrio. Muitas vezes, com a sua experiência, V. Exª me ajudou a arrumar a conduta, a ajustar as coisas aqui. Quero agradecer muito, parabenizá-lo e desejar-lhe sucesso agora, em outra função que V. Exª possa ocupar nesta Casa, porque sei que tem capacidade para isso, tem respeito e está politicamente preparado.

Valdir Raupp (PMDB/ RO) – O que eu admiro no Senador José Maranhão é a inteligência, a sabedoria, sobretudo, a paciência. Com essa paciência, ele conseguiu presidir esta Comissão, que é uma das mais nevrálgicas do Senado, porque tudo passa por aqui, as matérias mais polêmicas, mais difíceis. Ele conseguiu, com sabedoria, com paciência, fazer essa travessia em um dos momentos mais difíceis do Congresso Nacional. Acho que estou aqui há apenas 15 anos, Senador Maranhão. V. Exª já passou por aqui antes de mim, depois foi para o Governo do Estado, ficou lá dois mandatos. V. Exª tem muito mais experiência acumulada do que todos nós aqui. Nós estamos vivendo um momento muito difícil e uma parcela da sociedade cobra mais leis do Congresso Nacional. E leis mais duras. Mas nós já aprovamos muitas leis, aqui nesta Comissão. Duríssimas. Leis duríssimas. Contra nós mesmos. Contra o próprio Congresso, contra os próprios Parlamentares. E, entre essas leis, está a da delação premiada – que eu votei. Nós votamos. Todos nós votamos aqui –, que, de uma certa forma, está passando o Brasil a limpo.

Magno Malta (PR/ ES) – Imagino que nem tudo que queríamos e sonhamos realizar este ano fizemos, mas fizemos o possível e, em alguns momentos, até o impossível sob o comando de V. Exª. A Bíblia fala de homens dos quais o mundo não era digno. Era uma referência a alguns homens que a Bíblia cita, mas que eram humanos, não eram semideuses, não tinham asas. E o mundo está cheio desse tipo de gente. Sei que a distância não é muito grande entre nós dois, mas, quando me nasciam os dentes para a vida pública, V. Exª já era o Maranhão, um político respeitado na Paraíba, pelo seu procedimento, pela história que construiu, pela vida que leva até o dia de hoje. E construiu o respeito de seu povo ganhando eleições sucessivas, e aquelas que não ganhou – até porque a urna é um detalhe; Deus não tem derrota para nós. A urna é só um detalhe. Agradeço sua paciência, sua compreensão, sua capacidade, o acúmulo dos seus dias de sabedoria na vida pública. Encerro dizendo que V. Exª é um desses homens dos quais o mundo não era digno.

Randolfe Rodrigues (REDE /AP) – Se eu tivesse poder de influência em seu partido, permita-me dizer que advogaria pela permanência de V. Exª, como indicado do partido majoritário da Casa, para presidir esta Comissão. Eu quero testemunhar aqui que nós tivemos ótimos Presidentes nesta CCJ, e eu tive a honra e a satisfação de ter uma ótima relação com todos eles, tanto com o Senador Eunício Oliveira, como com o Senador Vital. Porém, com toda a vênia e respeito aos dois colegas que o antecederam, eu quero destacar e agradecer a condução de V. Exª, nesse período de dois anos, dos trabalhos da Comissão de Constituição e Justiça. Dizem – dizem – que V. Exª é o mais experiente entre nós. Eu digo que V. Exª é o mais jovem entre nós, pela vitalidade e pela disposição. V. Exª tem feito sempre questão de estar aqui nesta Comissão e pessoalmente conduzir os nossos trabalhos. Oxalá os presidentes que sucederem V. Exª, indicados pelo partido majoritário, tenham o comportamento republicano que V. Exª teve à frente desta Comissão! Tenho de fazer não somente um agradecimento a V. Exª, mas também um agradecimento ao povo da Paraíba por ter designado V. Exª para o Senado e, por conseguinte, para presidir esta Comissão.

Aloysio Nunes Ferreira (PSDB /SP) – V. Exª tem uma longa vida pública, marcada pela coragem, pela coerência dos princípios, pela luta denodada pela democracia, pela altivez com que enfrentou as perseguições do regime ditatorial, pelo espírito público e pela qualidade das suas administrações. É um dos grandes homens públicos do nosso País. Seguramente, são essas as qualidades de que V. Exª fez prova ao longo de tantos anos é que garantiram o brilhante desempenho nesta Presidência, saudado unanimemente por todos nós. V. Exª conseguiu, nesta Comissão, que é, sem dúvida, a mais importante do Senado Federal, criar um clima de colaboração entre todos nós, em que pesem as nossas divergências partidárias. Não houve nenhum momento, durante a sua Presidência, em que a sua autoridade foi contestada. Em nenhum momento, o Presidente José Maranhão foi acoimado de se ter desviado do estrito cumprimento do Regimento Interno e do Regimento da nossa Comissão. V. Exª se comportou com temperança, com equanimidade e objetividade para conduzir a Comissão, focada nas matérias mais importantes, que são submetidas a sua análise. A qualidade do trabalho da nossa Comissão sob a sua Presidência me faz lamentar que algumas matérias importantes, que são levadas ao Plenário, não tenham sido previamente submetidas ao nosso crivo. E eu sei que V. Exª, além de tudo, defendeu com unhas e dentes a competência da nossa Comissão. Mais uma razão pela qual V. Exª encerra o seu mandato coberto de todos os elogios e a merecida estima de todos nós.

José Agripino (DEM /RN) – Fui seu companheiro na Constituinte, V. Exª era Deputado Federal, eu já era Senador do meu primeiro mandato. Venho lhe acompanhando: governador da Paraíba, Senador e Presidente da Comissão de Constituição e Justiça. Quando V. Exª foi eleito Presidente da CCJ, devo dizer que algumas pessoas até diziam: “Mas ele é tão manso e vai dirigir a Comissão mais importante, mais conflituosa da Casa. Será que ele vai dar conta?” Foi com sua mansidão que V. Exª deu conta, e por inteiro, das tarefas da Comissão de Constituição e Justiça. Foi pela sua capacidade de dialogar, de não pegar no arranco, de estabelecer o diálogo correto na hora certa, que V. Exª trouxe esta Comissão aonde ele chegou, não abrindo mão das prerrogativas dela. V. Exª não tinha hora para terminar as reuniões. Alguns até diziam: “Mas ele já está com a idade avançada”. Pode até estar, mas está no vigor da sua capacidade de trabalho e de discernimento, e de equilíbrio, e de capacidade de conduzir com respeitabilidade os trabalhos da mais importante Comissão, que é a CCJ do Senado Federal. V. Exª, com muita simplicidade, muita dignidade, faz uma prestação de contas, mas é preciso que se sublinhe a eficiência com que V. Exª se conduziu nesta Comissão. V. Exª foi, ao mesmo tempo paciente, moderado, altivo e corajoso. Não lhe faltaram altivez e coragem no momento em que a altivez e a coragem eram necessárias, muitas vezes mesmo entrando em rota de colisão com companheiros do seu partido – assistimos a isso –, mas sempre na defesa das prerrogativas da Comissão que preside e que estão acima de qualquer mandato.

Fonte: Assessoria