Horas após dizer que iria renunciar o seu cargo nesta quinta-feira (2), o senador Marcos do Val (Podemos-ES) recuou e disse que “não decidiu ainda” se irá de fato renunciar ao mandato no Senado Federal.
Na madrugada de hoje, o parlamentar publicou nas suas redes sociais em que anunciava a “saída definitiva da política” pois, segundo ele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou coagi-lo a dar um golpe de estado. Ele, na oportunidade, disse que recusou a “proposta”.
O pedido teria sido feito pelo então deputado Daniel Silveira (PTB), com a presença de Bolsonaro no ambiente. Sem dizer quando aconteceu, o parlamentar apenas revelou que a conversa ocorreu após as eleições presidenciais.
Do Val afirmou que a proposta de Silveira envolvia gravar, sem autorização, alguma conversa que comprometesse o ministro do Supremo Tribunal Eleitoral (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
Mas já na manhã de hoje, do Val disse que “a decisão ainda não foi tomada” em coletiva de imprensa. Ele disse que sua publicação sobre a renúncia se tratava de um “desabafo”.
“Quando eu postei isso, eu estava decidido mesmo a reunir a minha equipe para tomar a decisão se realmente iria sair. Eu não posso largar a missão que assumi, sozinho até agora, de apresentar para a sociedade e para a imprensa quem prevaricou”, falou.
Moraes autoriza PF a ouvir senador
Alexandre de Moraes autorizou que a Polícia Federal colha depoimento do senador. O ministro ordenou que Marcos do Val seja ouvido em até cinco dias. O pedido foi feito pelo delegado Raphael Soares Astini.
Para Moraes, as afirmações do senador devem ser esclarecidas “no contexto mais amplo desta investigação, notadamente no que diz respeito a eventual intenção golpista, o que pode caracterizar os crimes previstos nos arts. 359-M (golpe de Estado) e 359-L (abolição violenta do Estado Democrático de Direito) do Código Penal”, diz trecho da decisão de Moraes.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba