Em pé de guerra com o Palácio do Planalto, o senador Renan Calheiros acaba de renunciar à liderança do PMDB no Senado. O anúncio foi feito há pouco no plenário da Casa.
“Deixo a liderança do PMDB”, afirmou. “Ontem fiz questão de reiterar que não seria jamais líder de papel, nem estou disposto a liderar o PMDB atuando contra os trabalhadores e os estados mais pobres da federação. Ao povo de Alagoas, tenho uma palavra especial: estou me libertando de uma âncora pesada e injusta”.
Senador @renancalheiros anuncia que está deixando a liderança do PMDB. Uma das justificativas é não concordar com decisões do partido.
— Senado Federal (@SenadoFederal) 28 de junho de 2017
A avaliação de Renan é de que ele é mais útil na oposição do que como aliado.
O peemedebista também avalia que, ao ter a imagem atrelada ao governo, pode enfrentar dificuldades para se reeleger ao Senado em 2018, uma vez que o presidente tem taxas extremamente altas de reprovação em Alagoas.
Uma reunião da bancada peemedebista está marcada para o fim da tarde de hoje. O nome preferido de Renan para substituí-lo é o de Jader Barbalho (PMDB-PA), considerado um aliado, mas que não se posiciona contra Temer por ser pai do ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho.
A saída do comando da bancada se dá após o peemedebista discutir asperamente com o líder do governo na Casa, senador Romero Jucá (RR), na sessão plenária de terça-feira, 27.
Na ocasião, Renan insinuou que poderia trocar integrantes do partido na Comissão de Constituição e Justiça (CC) para barrar a reforma trabalhista.
“Temer não tem confiança da sociedade para fazer essa reforma trabalhista na calada da noite, atropeladamente. Num momento em que o Ministério Público, certo ou errado, apresenta uma denúncia contra o presidente, não há como fazer uma reforma que pune a população”, afirmou ontem o peemedebista.
Após o discurso agressivo de Renan contra o governo, Jucá reagiu em defesa do presidente e ameaçou retirar o colega da liderança do partido.
Ontem mesmo o líder do governo começou a recolher assinaturas para destituir Renan do cargo. Segundo Jucá, 17 dos 22 senadores apoiam a reforma trabalhista.
Fonte: Exame