“Essa Casa só tem competência para afastar e cassar um governador se for a ele imputado um crime de responsabilidade e crime de responsabilidade não é indício. Não é prudente apresentar um pedido de impeachment com indícios. Tem que ser com fato concreto, tem que ser um fato determinado, porque do contrário é golpe. Essas eleições foram resolvidas no primeiro turno e agora querem um segundo turno no tapetão. Isso não é democrático, nem respeita o princípio da soberania do voto popular”, disse hoje (11), o deputado estadual Jeová Campos (PSB).
Dirigindo-se ao deputado Bosco Carneiro, que afirmou em discurso na Tribuna ser favorável ao pedido de impeachment contra João Azevêdo e Ligia Feliciano, protocolado na última quinta-feira (06), o parlamentar disse que é, no mínimo, precitado essa atitude. “Quem passou quatro anos no governo, apoiando o governo, e agora de forma apressada só abre os ouvidos para a oposição. E preciso abrir o espaço para a defesa, porque a defesa ainda não falou”, disse Jeová.
Anda segundo o deputado, esse assunto, diz respeito a uma investigação que foi feita ao longo do ano passado, sob sigilo. “Veja como é muito estranho tudo isso. Justamente, às vésperas do recesso forense, para dificultar a defesa, aconteceram várias prisões e depois começou a se repassar informações para a Imprensa com vazamentos, onde só se escutou até agora apenas um lado. O outro lado sequer pôde falar”, afirmou Jeová, adiantando que refuta todos os pré-julgamentos. “É preciso um pouquinho mais de parcimônia, de prudência. É muito fácil falar bonito, mas é necessário falar o que nossa responsabilidade nos impõe e a responsabilidade nos impõe cautela naquilo que estamos aqui a proclamar”, reiterou Jeová.
De acordo com ele, essa posição de defesa em nome da democracia e do Estado Democrático de Direito, ele assume de público. “Estou preparado para fazer um bom debate mas, reitero que é importante que a oposição dê ouvidos a quem está sendo acusado e lhe dê a oportunidade de se defender. A oposição está muito apressada. A eleição é em 2022. A eleição não é agora. Em 2022, vocês venham para o enfrentamento e faça o debate e vençam as eleições, mas querer antecipar as eleições é um golpe na democracia e contra o povo da Paraíba e isso não terá a minha na anuência”, finalizou Jeová.
O parlamentar, que é também advogado, teve o cuidado de analisar o conteúdo do pedido de impeachment protocolado pela oposição contra o governador João Azevêdo. Segundo ele, a peça acusatória é de frágil conteúdo, “Há ausência da descrição individualizada da conduta e especificação de todos os elementos do suposto crime. Da narração dos fatos não decorre logicamente uma conclusão. Não mostra crime algum de responsabilidade, portanto, querer o impeachment do governador e da vice-governadora com essa peça não tem outra conotação que não um golpe” concluiu Jeova Campos.
Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba