após polêmica com forças do RJ

Secretário nacional de Justiça pede demissão do cargo

Saída de Astério Pereira dos Santos ocorre após ministro criticar segurança no Rio de Janeiro

Secretário nacional de Justiça pede demissão do cargo

O secretário nacional de Justiça, Astério Pereira dos Santos, pediu exoneração. No posto desde março deste ano, Astério alegou motivos pessoais para deixar o cargo. Ele estava a frente de ações de repatriação de ativos desviados por acusados de corrupção, principalmente na operação Lava-Jato.

O delegado da Polícia Federal Rogério Galloro vai assumir a Secretaria Nacional de Justiça. Nome preferido do ministro Torquato Jardim para o cargo de diretor-geral da PF, Galloro perdeu a disputa depois que o presidente Michel Temer escolheu Fernando Segóvia.

SEGURANÇA SEM CONTROLE NO RIO

A saída de Astério ocorre depois de o ministro da Justiça Torquato Jardim ter declarado que não havia controle nas ações de segurança no estado. O pedido foi protocolado na noite desta quinta-feira.

Para assumir o cargo, Astério se aposentou no Ministério Público estadual, onde ingressou em 1991. Ele foi secretário de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro entre 2003 a 2006, no governo Rosinha Garotinho. Como coordenador de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Rio de Janeiro, atuou de 2007 até 2008.

A secretaria trata, entre outros, de assuntos como cooperação jurídica internacional, civil e penal; recuperação de ativos; política nacional de migrações, de refugiados, de enfrentamento ao tráfico de pessoas, de classificação indicativa; e políticas públicas de modernização, aperfeiçoamento e democratização do acesso à justiça e à cidadania

Na quinta-feira da semana passada, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, revelou que trocou mensagens com Torquato Jardim. Foi a primeira vez que os dois conversaram depois de o ministro fazer acusações contra a Polícia Militar do estado, criando uma crise na área de segurança pública no momento em que forças federais e estaduais trabalham juntas no combate ao crime organizado. Em entrevista, o ministro acusou comandantes de batalhões da Polícia Militar de serem “sócios do crime organizado do Rio”.

Segundo Pezão, a mensagem de Torquato Jardim chegou depois que ele conversou com os ministros da Defesa (Raul Jungmann) e do Gabinete de Segurança Institucional (general Sérgio Etchegoyen). Os dois ministros teriam atuado como bombeiros para apagar o incêndio e acabar com o mal-estar.

Fonte: O Globo
Créditos: O Globo