As reviravoltas em relação à suposta suspensão dos cortes nas verbas da educação, fato desmentido em seguida pelo governo, causaram nova crise e grande desgaste nos deputados aliados de Jair Bolsonaro, que afirmam ter presenciado o telefonema do presidente ao ministro Abraham Weintraub, cancelando o bloqueio.
“Quem criou o boato? Foi o governo, que voltou atrás e depois voltou atrás de novo. Recuou duas vezes. Espero que os demais parlamentares que estavam na reunião amanhã (quarta) possam indagar o ministro da Educação se ele recebeu ligação telefônica do presidente. Porque ou o ministro está mentindo, ou o presidente não ligou para ele. Será que o presidente forjou a ligação na nossa frente? Tenho certeza que não”, afirmou o deputado Capitão Wagner (PROS-CE).
“Como aliado do governo, eu não vou admitir ser chamado ao Palácio do Planalto para tratar de uma questão séria como essa, presenciar o presidente da República pegar um celular, ligar para o ministro na presença de vários líderes partidários — estavam lá o líder do PROS, o líder do PV, o líder do Podemos, o líder do governo, o líder do PSL — e, com todas as letras, dizer: ‘a partir de agora, o corte está suspenso’”, continuou o parlamentar.
“Se o governo não sustenta o que o presidente falou na frente de cerca de 12 parlamentares, não sou eu que vou passar por mentiroso, perante a imprensa e perante a nação brasileira”, finalizou o Capitão Wagner.
“Não sou mentiroso”
Outros deputados que estiveram presentes durante o suposto telefonema de Bolsonaro ao ministro da Educação também demonstraram irritação: “A Casa Civil e a Joice (Hasselmann) estão desmentindo o presidente da República. Eu não sou mentiroso. Eu não sou cego, nem surdo, nem mudo. Eu vi o que o presidente falou. E é o que eu te disse”, afirmou o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO).
O líder do Novo, Marcel Van Hattem (RS), que também estava na reunião, declarou: “Na nossa frente o presidente ligou para o ministro, disse que era uma determinação de que não haveria mais contingenciamento e ponto. Então foi isso o que presenciamos”.
Fonte: Revista Fórum
Créditos: Redação Revista Fórum