Antes de ser reconduzido ao cargo de procurador-geral da República por mais dois anos, Rodrigo Janot, deve enfrentar dura sabatina nesta quarta-feira (26) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado para depois passar pela votação em plenário. Apesar de prevê uma sabatina exaustiva, o presidente da CCJ, senador José Maranhão (PMDB-PB), acredita que Janot será aprovado “sem maiores problemas”.
Na sabatina, o procurador-geral deve ser afrontado pelo senador Fernando Collor (PTB-AL), que segundo publicação do jornal Folha de São Paulo, fez uma manobra para participar do processo de recondução. Denunciado por Janot por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras, Collor passou a integrar a CCJ na semana passada após destituir o senador Douglas Cintra (PTB-PE) e se indicar no lugar. Ele participará da sabatina, mas só terá voto caso algum senador do seu bloco falte.
Além de Collor, Janot também denunciou recentemente o presidente da Câmara, deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por corrupção e lavagem de dinheiro.
Nesse clima Janot participa da sabatina, às 10h, mas para o presidente da CCJ, a Operação Lava Jato não influenciará o ânimo dos senadores e, apesar de longo e com muitos questionamentos, o processo deve aprovar a indicação da presidente Dilma Rousseff (PT) para recondução de Janot.
,“Eu acredito que o nome dele [Rodrigo Janot] vai aprovado sem maiores problemas. Vai ser uma sabatina exaustiva e deve ter alguma resistência de um ou outro senador, mas a grande divergência poderia vir no Executivo, já que, ele denunciou várias pessoas ligadas ao governo por corrupção na Petrobras. A presidente poderia ter indicado qualquer um dos três da lista tríplice, mas escolheu por ele, isso já atenua bastante a resistência dos senadores”, avaliou José Maranhão.
O atual procurador-geral da República foi o mais votado em eleição no Ministério Público da União. Além de chefiar o órgão, que abrange os Ministérios Públicos Federal, do Trabalho, Militar e do Distrito Federal e Territórios, o procurador-geral também preside o Conselho Nacional do Ministério Público e deve ser ouvido em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. O mandato para o ocupante do cargo é de dois anos, mas a Constituição permite reconduções ilimitadas do titular.