A sugestão da presidente Dilma Rousseff para que os governadores pressionem suas bancadas a aprovar o pacote fiscal enviado ao Congresso Nacional é uma proposta indecente, na opinião do presidente do PSDB na Paraíba, Ruy Carneiro. Dilma sugeriu aos governadores que convençam os parlamentares a aprovar a nova CPMF, que ela batizou de CPPrev (Contribuição Financeira para a Previdência), aumentando a alíquota de 0,2% para 0,38% e prometeu repassar a diferença. O pacote inclui também aumento do IOF e do Imposto de Renda sobre venda de imóveis.
“Oferecer um repasse para os estados de um percentual até muito maior que o da União, caso os governadores convençam as bancadas a aprovar o aumento da carga tributária é uma proposta indecente da presidente Dilma, que usa a possibilidade de sangrar ainda mais o contribuinte como moeda de troca para conquistar aliados em busca de aprovar o pacotaço, mas não corta as despesas de seu governo como poderia cortar”, diz Ruy.
A leitura que o presidente do PSDB faz passa também pela transferência de responsabilidade pela criação do imposto. “Além de coagir os governadores a pressionar os deputados e senadores, a presidente ainda tenta se eximir do ônus de impor mais um tributo (ou contribuição) aos brasileiros quando vai a público dizer que ‘o governo não aprova CPMF, quem aprova é o Congresso’, como fez ontem (15)”, reclama o tucano. E acrescenta: “Essa tentativa de transferência para o Congresso não adianta. Toda a sociedade hoje sabe quem é responsável pela grave crise econômica que o País passa e dificilmente os parlamentares permitirão a volta da CPMF”, acredita Ruy.
Ele ressalta outras medidas amargas no pacote de “maldades” da presidente, além do aumento da carga tributária. “Os servidores públicos serão penalizados com a suspensão do reajuste salarial previsto para janeiro depois de longa negociação, milhares de brasileiros que investem tempo e dinheiro se preparando para concursos já anunciados ficarão prejudicados e o sonho da casa própria ficou mais difícil de ser alcançado com o corte no programa Minha Casa Minha Vida, tudo isso pela ineficiência de um governo que não hesitou em levar o País ao fundo do poço em nome da reeleição”, criticou o tucano.