A presidente do TSE, ministra Rosa Weber, foi professoral, ignorou os problemas de “casa” e falou muito.
Mas não falou demais.
Seu discurso na diplomação do presidente Jair Bolsonaro – naquele tom de tia do primário, repreendendo por antecipação futuros malfeitos – pode até ter sido constrangedor (e foi), mas não é fruto de uma mente fantasiosa.
Apenas responde – ponto a ponto – as ameaças projetadas por Bolsonaro ao longo da campanha eleitoral.
Sim, ele e os seus ameaçaram a suprema corte.
Sim, ele e os seus afrontam militantes LGBT.
Sim, ele e os seus debocham dos direitos humanos.
Sim, ele e os seus flertam perigosamente com estado de exceção quando inflam o poder público com militares e questionam cláusulas pétreas da Constituição.
Rosa pode ter passado do ponto.
Pode ter se antecipado demais.
Pode, até, ter colocado o carro na frente dos bois.
Mas esta boiada já está no pasto há muito tempo. E em ritmo de cavalgadura.
Fonte: Adriana Bezerra
Créditos: Adriana Bezerra