Opinião

Rosas e cavalgaduras : Por Adriana Bezerra

A presidente do TSE, ministra Rosa Weber, foi professoral, ignorou os problemas de “casa” e falou muito.

A presidente do TSE, ministra Rosa Weber, foi professoral, ignorou os problemas de “casa” e falou muito.

Mas não falou demais.

Seu discurso na diplomação do presidente Jair Bolsonaro – naquele tom de tia do primário, repreendendo por antecipação futuros malfeitos – pode até ter sido constrangedor (e foi), mas não é fruto de uma mente fantasiosa.

Apenas responde – ponto a ponto – as ameaças projetadas por Bolsonaro ao longo da campanha eleitoral.

Sim, ele e os seus ameaçaram a suprema corte.

Sim, ele e os seus afrontam militantes LGBT.

Sim, ele e os seus debocham dos direitos humanos.

Sim, ele e os seus flertam perigosamente com estado de exceção quando inflam o poder público com militares e questionam cláusulas pétreas da Constituição.

Rosa pode ter passado do ponto.

Pode ter se antecipado demais.

Pode, até, ter colocado o carro na frente dos bois.

Mas esta boiada já está no pasto há muito tempo. E em ritmo de cavalgadura.

Fonte: Adriana Bezerra
Créditos: Adriana Bezerra